Em um mundo dominado por SUVs elétricos, motores turbo de três cilindros e propulsores híbridos cada vez mais silenciosos, ainda existe um canto da engenharia automotiva que resiste bravamente à padronização: o motor cinco-cilindros em linha.
Pouco convencional, com ronco peculiar e um desempenho que encanta os puristas, esse tipo de motor já foi usado por diversas marcas ao longo das últimas décadas, mas hoje sobrevive praticamente em um único carro.
Em 1976, foi a vez da Audi entrar no jogo com um cinco-cilindros a gasolina de 2.1 litros e 136 cv no Audi 100, depois da Mercedes fazer isso.
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O motor oferecia bom equilíbrio entre tamanho compacto e desempenho, além de um som característico que logo se tornaria assinatura da marca.
Décadas depois, é justamente a Audi que mantém essa configuração viva com o RS3 — que entrega nada menos que 396 cv e 51 kgfm de torque a partir de um 2.5 turbo.
Capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 3,6 segundos, o RS3 é mais do que um sedan esportivo: é uma ode aos entusiastas da condução.
O modelo recebeu atualizações importantes em 2025, incluindo um diferencial traseiro com vetorização de torque, amortecedores adaptativos mais refinados e pneus semi-slick opcionais.
Segundo avaliações da imprensa especializada, o RS3 está mais ágil, divertido e equilibrado do que nunca — sem perder o charme do cinco-cilindros.
Fora da Audi, poucas marcas mantiveram o cinco-cilindros por tanto tempo. A Volvo, por exemplo, adotou essa arquitetura como padrão na maioria de seus modelos entre os anos 90 e meados de 2010.
O motor apareceu até mesmo em modelos da Ford, como o Focus RS500, que herdou o cinco-cilindros da época em que a montadora americana era dona da marca sueca.
A GM também tentou algo parecido, adaptando um motor seis-cilindros para criar um cinco-cilindros usado em picapes como a Chevrolet Colorado e o Hummer H3, entre 2004 e 2012.
Hoje, no entanto, são poucas as exceções. Além do RS3, a Volkswagen deve reaproveitar esse mesmo motor cinco-cilindros no futuro Golf R a partir de 2027, mantendo a herança viva por mais alguns anos.
Mas fora isso, o mundo automotivo parece seguir na direção oposta, trocando sons e sensações por silêncio e eficiência.
Com desempenho de superesportivo, conforto de sedan premium e um motor que conversa com a alma do motorista, o RS3 representa mais do que números: é um último suspiro de uma escola de engenharia que ousava sair do óbvio.
E, para os apaixonados por condução de verdade, cada cilindro a mais (ou a menos) pode fazer toda a diferença.
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