
Semáforos parecem ser uma daquelas convenções universais que não mudam: vermelho em cima, verde embaixo, amarelo no meio.
Mas existe um cruzamento nos Estados Unidos onde essa lógica foi literalmente virada de cabeça para baixo — e o motivo é tão curioso quanto histórico.
Na cidade de Syracuse, no estado de Nova York, o bairro Tipperary Hill tem o único semáforo do país em que a luz verde fica em cima e a vermelha embaixo.
A história remonta aos anos 1920, quando o bairro, de forte presença irlandesa, recebeu seus primeiros semáforos verticais no padrão tradicional.
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Só que para os moradores, ver o vermelho — símbolo associado à Inglaterra — acima do verde — cor que representa a Irlanda — era inaceitável.
A insatisfação virou ação. Um grupo de garotos do bairro começou a jogar pedras nos semáforos instalados no cruzamento das ruas Tompkins e Milton.
E não foi um protesto isolado: o vandalismo virou rotina. A cidade trocava os semáforos quebrados, e os jovens voltavam a atacar, usando o que chamavam de “confete irlandês”.
A mensagem era clara: enquanto a luz vermelha estivesse no topo, os semáforos continuariam sendo destruídos.
Após inúmeras tentativas frustradas de conter os ataques, as autoridades municipais finalmente cederam à pressão dos moradores.
O semáforo foi invertido, com a luz verde posicionada no topo e a vermelha na parte inferior — um arranjo que permanece até hoje, quase um século depois.
Mais do que uma anomalia técnica, o semáforo de Tipperary Hill se tornou um símbolo local de resistência e orgulho da comunidade irlandesa.
Na década seguinte, a história ganhou ainda mais destaque com a instalação de uma estátua próxima ao cruzamento.
O monumento presta homenagem à família irlandesa e aos garotos originais que lideraram a revolta: Jocko Behan, Richie Britt, James Coffey, Patrick Corbett, Kenny Davis, George Dorsey, Mikis Murphy, Stubbs Shortt e Eugene Thompson.
Hoje, o semáforo invertido atrai turistas e curiosos, mas carrega um significado profundo para os moradores da região.
É um lembrete de como identidade, cultura e até mesmo a posição de uma luz de trânsito podem se tornar símbolos de luta — e vencer.
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