Uma startup japonesa está chamando atenção no mercado de carros elétricos com uma proposta bem diferente dos tradicionais modelos da Toyota, Nissan ou Honda.
A KG Motors, empresa fundada por Kazunari Kusunoki, está apostando em um conceito compacto, barato e prático: o mibot, um minicarro elétrico de apenas um lugar, voltado para deslocamentos urbanos e que custa o equivalente a cerca de R$ 38 mil.
O valor representa menos da metade do preço do atual EV mais vendido no Japão, o Nissan Sakura.
Com apenas 2,49 metros de comprimento e design semelhante a um carrinho de golfe, o mibot é ideal para o dia a dia nas movimentadas e apertadas ruas japonesas.
Sua autonomia é de até 100 km e a velocidade máxima não ultrapassa os 60 km/h.
Apesar de parecer modesto frente a outros modelos elétricos com até 500 km de alcance, sua proposta é clara: oferecer uma solução simples, barata e eficiente para o deslocamento urbano.
A ideia de desenvolver o mibot surgiu da observação de um problema cotidiano: ruas estreitas e carros grandes demais. Kusunoki afirma que se incomodava ao ver SUVs ocupando espaço em vias pouco apropriadas, o que inspirou a criação do pequeno elétrico.
A produção em escala começa em outubro deste ano, com as primeiras 300 unidades sendo entregues no Japão até março de 2026. Os outros 3 mil modelos já estão reservados para exportação.
Desde que as pré-vendas começaram no final de 2024, mais de 2.250 pedidos foram registrados. Boa parte dessas encomendas, no entanto, vêm de empresas de turismo e locadoras que operam em regiões turísticas como os arredores do Monte Fuji.
Apesar do entusiasmo da empresa, especialistas afirmam que esse tipo de veículo pertence a uma categoria distinta das populares kei cars.
O mibot se enquadra como um “minicarro ciclomotor”, o que impõe restrições severas: só pode levar uma pessoa, não circula em vias expressas e exige carteira de motorista convencional.
Mesmo assim, o mibot representa uma tentativa ousada de desafiar a visão predominante no Japão de que os EVs ainda não são o futuro.
Marcas como Toyota seguem céticas quanto à adoção em massa dos elétricos a bateria, e essa posição tem influenciado grande parte do público local.
Kusunoki acredita que essa resistência pode ser superada com soluções acessíveis como o mibot.
Enquanto isso, montadoras como a chinesa BYD continuam investindo no Japão. Em 2024, a empresa vendeu mais de 2.200 veículos por lá, superando os números da própria Toyota.
Para 2026, a BYD já prepara o lançamento de seu primeiro mini EV com preço estimado também na faixa dos ¥2,5 milhões (R$ 130 mil), mirando diretamente concorrentes como a Nissan e Honda.
Se a proposta do mibot vai realmente transformar o mercado japonês de EVs ainda é cedo para dizer. Mas o movimento de empresas menores e estrangeiras pressiona as gigantes locais a se adaptarem.
E com os preços cada vez mais acessíveis, a mobilidade elétrica no Japão pode finalmente ganhar tração.
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