
Em uma tentativa de promover inclusão social e mobilidade para mulheres, o governo da província de Sindh, no Paquistão, lançou recentemente um programa que promete entregar scooters elétricas gratuitas exclusivamente para estudantes e trabalhadoras.
Chamado de Free Pink EV Scooty Scheme, o projeto quer oferecer uma alternativa segura, econômica e digna ao transporte público — muitas vezes lotado e inseguro para mulheres no país.
Mas o que era para ser um passo em direção à liberdade de ir e vir acabou chamando atenção por outro motivo: todas as scooters são cor-de-rosa, e isso causou alguns problemas..
Segundo o ministro dos Transportes de Sindh, Sharjeel Memon, o programa tem como foco principal permitir que as mulheres se locomovam sem depender de ônibus públicos superlotados — especialmente em uma sociedade ainda marcada por restrições sociais e desigualdade de gênero.
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“O objetivo é facilitar o acesso à educação e ao trabalho. Com as scooters elétricas, elas economizam tempo, dinheiro e ganham mais segurança”, afirmou Memon.

Para participar, é preciso ser residente da província, ter carteira de habilitação (de moto ou carro) e estar matriculada em uma instituição de ensino ou formalmente empregada.
A seleção será feita por sorteio público, acompanhado por representantes do governo e da imprensa para garantir transparência.
Além da scooter, o governo promete fornecer capacete, seguro, registro em cartório, placas e treinamento de pilotagem — tudo gratuito. As beneficiárias também terão acesso a uma rede de postos de recarga espalhados pela região.
O governo quer mostrar que a proposta vai além do simbolismo: é uma tentativa real de promover autonomia e reduzir barreiras estruturais que impedem o avanço feminino no mercado de trabalho e na educação, especialmente em áreas conservadoras e rurais do país.
Apesar das boas intenções, a escolha da cor das scooters gerou críticas. Para muitas pessoas, pintar todos os veículos de rosa reforça estereótipos de gênero, em vez de quebrá-los.

A ideia, segundo críticos, parece mais uma tentativa superficial de “feminizar” o projeto do que uma ação realmente igualitária.
“É uma iniciativa importante, mas a cor rosa transmite a mensagem errada. Parece que as mulheres só podem ter algo se for ‘fofinho’, o que acaba sendo um desserviço à luta por igualdade”, comentou uma ativista paquistanesa em redes sociais.
Outros temem que, com a visibilidade das scooters cor-de-rosa nas ruas, as mulheres possam virar alvos fáceis daquelas pessoas que infelizmente existem em todos os países.
Apesar das polêmicas, o projeto tem recebido elogios por tocar em temas sensíveis de forma prática e acessível.
Com o aumento dos preços dos combustíveis e a superlotação dos transportes públicos, soluções elétricas e individuais podem ser um caminho eficaz para melhorar a qualidade de vida e a independência das mulheres.
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