Há alguns anos, a VW surpreendeu os espanhóis (principalmente) ao afirmar que a Seat deixaria de vender carros para focar em mobilidade urbana, colocando de lado a atividade-fim tão bem conhecida da marca ibérica.
Trata-se de algo raro no setor automotivo, mas se isso não abalou muita gente no mercado mundial, algo relacionado com a Tesla terá um impacto bem maior e mostrará que nem tudo deve acontecer como muitos esperam.
Não faz muito tempo que Elon Musk, usando as super prensas Hydra, falou em algo como 20 milhões de carros elétricos por ano em 2030. Isso era a soma de Toyota e VW na ocasião da declaração.
Todavia, a realidade para a Tesla deverá ser completamente outra ao final da década e os sinais disso já estão aparecendo, o que é um grande balde de água fria para quem ainda pensa ter um Tesla na garagem.
Conforme um artigo da City Magazine, vemos que a Tesla está sinalizando o fim de seus carros ao final da década, mas não um término completo, somente os modelos tradicionais para um consumidor final.
Isso é novo? Não… A GM oficialmente declarou isso há alguns anos e chocou o mundo. Afinal, como pode uma montadora viver sem vender carros?
No caso da Tesla, Musk nunca considerou a marca como uma montadora, mas como uma big tech, uma empresa de tecnologia que tem nos carros alguns de seus produtos.
Para Musk, os carros são uma plataforma para o que realmente a Tesla quer vender e isso começa pelo software do Full Self-Driving, com oito câmeras e um computador que aprende com a experiência do usuário.
Musk já ofereceu o FSD para outros fabricantes e sua base de dados é visionariamente valiosa, já que pelo menos 2 milhões de carros da Tesla colhem diariamente os dados de condução dos motoristas.
Esses dados são lançados no supercomputador Dojo, que ensina redes neurais para poderem conduzir os carros via FSD melhor que humanos.
O licenciamento do FSD não é apenas uma das atividades da Tesla, mas o uso dessa tecnologia no serviço de robotáxi, que Musk vislumbra como o futuro, já que os carros como o Cybercab e o Robovan, serão produzidos em volume menor e dando lucros nos serviços.
Por fim, outra atividade da Tesla ao final da década será o robô Optimus e não apenas para uso doméstico, mas industrial e em serviços, trazendo o FSD para dentro de casas e empresas.
Nesse ambiente, a Tesla não precisará de uma gama de carros comuns e como saber disso? Musk anunciou o tal carro de US$ 25 mil como um Model Y “Lite” e assim deve seguir até o fim da atual geração.
Com as vendas em queda, a Tesla já conseguiu obter uma boa redução de preço em seus carros, mas mesmo assim, a concorrência internacional não a incentiva a continuar nessa atividade.
Apesar das grandes fábricas, a Tesla robotizará toda a linha de produção com Optimus e obterá uma grande redução de custos com isso.
Assim, a venda de tecnologia, serviços e robôs darão à Tesla mais lucro que a venda de carros em 2030, não justificando sua atuação no varejo. Será assim? Tudo indica que sim…
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