
A partir de 2 de abril, o mercado automotivo dos Estados Unidos está enfrentando uma mudança radical: todas as importações de veículos estão sendo taxadas em 25%.
E não para por aí — autopeças como motores, transmissões e componentes eletrônicos também entram na mira da nova tarifa, mesmo quando utilizadas em veículos montados em território americano.
A medida, oficializada em documento da Casa Branca, joga uma verdadeira bomba sobre a já complexa cadeia de suprimentos da indústria automotiva, que depende fortemente de peças importadas.
Como se não bastasse, a administração Trump anunciou um novo pacote de tarifas “recíprocas” que varia de 10% a 50% para produtos de países como China, Japão e membros da União Europeia.

Especificamente, produtos chineses enfrentarão uma tarifa de 34%, os da União Europeia 20% e os japoneses 24%. Além disso, passa a valer uma tarifa-base de 10% sobre todas as importações, independentemente da origem.
Tesla lidera ranking de veículos mais “americanos”, mas com ressalvas
Com as tarifas pesando cada vez mais, carros produzidos majoritariamente nos EUA ganham vantagem competitiva. E, surpreendentemente, a marca mais “Made in USA” do momento não é Ford nem GM — é a Tesla.
De acordo com estudo recente da Kogod School of Business, da American University, o Tesla Model 3 Performance lidera o ranking com 87,5% de conteúdo doméstico (incluindo EUA e Canadá, segundo as normas de rotulagem automotiva dos EUA).

Logo atrás estão o Model Y (85%), o Cybertruck (82,5%) e os Model S e Model X (ambos com 80%). O Ford Mustang GT empata com os modelos topo de linha da Tesla com os mesmos 80%.
Na sequência aparecem modelos como Honda Passport (76,5%), Jeep Wrangler Rubicon e Sahara (76%) e até o Volkswagen ID.4 AWD (75,5%). Chevrolet Colorado, GMC Canyon e Honda Ridgeline também figuram entre os mais americanos, pelo menos em termos de componentes.
Mas até a Tesla depende da China
Apesar do orgulho patriótico no discurso, a Tesla também não escapa de críticas. Frank DuBois, autor do estudo, alerta que parte significativa dos motores e baterias usados nos modelos da marca ainda vem da China.
O Model 3 Long Range, por exemplo, teria cerca de 40% de conteúdo chinês. O Cybertruck, por sua vez, conta com cerca de 20% de peças do país asiático, incluindo componentes de acabamento como bancos e painéis.
Ou seja, mesmo quem lidera o ranking pode ser afetado pelas novas tarifas — e isso reforça o dilema central enfrentado pelas montadoras: como manter custos sob controle em um cenário de instabilidade comercial crescente?
Modelo | Conteúdo feito nos EUA | |
1 | Tesla Model 3 Performance | 87.5% |
2 | Tesla Model Y Long Range | 85% |
2 | Tesla Model Y | 85% |
3 | Tesla Cybertruck | 82.5% |
4 | Tesla Model S | 80% |
4 | Tesla Model X | 80% |
4 | Ford Mustang GT Automatic | 80% |
4 | Ford Mustang GT 5.0-liter | 80% |
4 | Ford Mustang GT Coupe Premium | 80% |
5 | Honda Passport AWD | 76.5% |
5 | Honda Passport Trailsport | 76.5% |
6 | Jeep Wrangler Rubicon | 76% |
6 | Jeep Wrangler Sahara | 76% |
7 | Volkswagen ID.4 AWD 82-kWh | 75.5% |
7 | Chevrolet Colorado 2.7 | 75.5% |
7 | GMC Canyon AT4 Crew Cab 4WD | 75.5% |
7 | GMC Canyon Denali Crew Cab 4WD | 75.5% |
7 | Chevrolet Colorado LT Crew Cab 2WD 2.7 | 75.5% |
7 | Chevrolet Colorado Z71 Crew Cab 4WD 2.7 | 75.5% |
8 | Volkswagen ID.4 RWD 62-kWh | 74.5% |
9 | Volkwagen ID.4 RWD 82-kWh | 74% |
9 | Honda Odyssey | 74% |
9 | Honda Ridgeline | 74% |
9 | Honda Pilot | 74% |
10 | Lincoln Corsair | 73.5% |

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