Estudo feito na Austrália mostra que carros elétricos mantém cerca de 93% da saúde de suas baterias após rodar 120.000 km

bateria carro eletrico

A preocupação com a degradação das baterias ainda é um dos principais fatores que afastam consumidores da adoção dos carros elétricos.

Muitos temem que a autonomia dos veículos caia drasticamente com o tempo, além dos altos custos para substituir uma bateria de alta voltagem. No entanto, um novo estudo mostra que essa preocupação pode ser exagerada.

De acordo com um relatório da Pickles Auction House , uma empresa da Austrália, os carros elétricos com mais de quatro anos e rodagem superior a 120.000 km ainda mantêm, em média, 93% da capacidade original da bateria.

Já os modelos mais novos, com menos de dois anos e até 20.000 km rodados, retêm entre 97% e 98% da capacidade. Para veículos elétricos de dois a quatro anos, com quilometragem entre 20.000 km e 80.000 km, a bateria ainda apresenta uma retenção de 94% a 95%.

tesla supercharger (10)
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O estudo analisou 250 veículos elétricos de diversas marcas, incluindo Tesla, Hyundai, Kia, BYD, Polestar, Nissan e MG. Segundo Brendon Green, gerente da Pickles, os testes envolveram veículos de diferentes regiões e padrões de uso, desde trajetos urbanos até estradas mais longas.

Entre os destaques, a Tesla foi usada como referência no estudo, já que é a montadora que mais vende EVs na Austrália. Os dados apontam que um Tesla com dois anos de uso e aproximadamente 42.000 km ainda mantém 93% da capacidade da bateria.

Um Hyundai elétrico com três anos e 29.000 km, por outro lado, mostrou um desempenho ainda melhor, retendo 99% da carga original, assim como um BYD de um ano e 15.000 km.

O CEO da EVDirect, importadora da BYD na Austrália, comemorou os resultados.

byd atto2 1
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“O nosso diferencial é que fabricamos nossas próprias baterias e investimos milhões de dólares para garantir que sejam as melhores e mais duráveis do mercado”, afirmou David Smitherman.

Um estudo separado da Recurrent Auto, empresa norte-americana especializada em baterias, reforça esses achados. Segundo o relatório, apenas 2,5% dos carros elétricos fabricados a partir de 2016 precisaram trocar a bateria – um índice bem baixo.

Já entre os modelos elétricos fabricados antes de 2015, a taxa de substituição sobe para 13%, indicando que a tecnologia evoluiu bastante nos últimos anos.

Casos reais também ajudam a desmistificar a ideia de que as baterias perdem eficiência rapidamente. O australiano Bryce Gaton, dono de um Mitsubishi i-MiEV de 2011, usa seu carro como exemplo.

byd song premium 4
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“As pessoas falam que as baterias morrem logo após o fim da garantia, mas isso não é verdade. O meu ainda está com a bateria original e funcionando bem”, disse ele.

Apesar da resistência de alguns consumidores, muitas montadoras já oferecem garantias longas para tranquilizar os compradores. BYD e Tesla, por exemplo, garantem suas baterias por oito anos ou até 160.000 km, dependendo do modelo.

A Nissan estima que as baterias de seus elétricos podem durar muito mais do que o prazo de garantia.

“Se o carro for pouco utilizado, a bateria pode durar indefinidamente. Para quem roda muito, talvez precise de uma substituição após oito anos”, explicou Ben Warren, gerente nacional da Nissan para eletrificação.

chevrolet equinox ev (1)
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Por outro lado, há relatos de baterias que começaram a apresentar falhas antes do esperado. Segundo Dickson Leow, gerente da Infinitev, empresa australiana especializada em recondicionamento de baterias, alguns clientes já enfrentaram problemas entre seis e oito anos de uso.

Enquanto isso, novas tecnologias estão surgindo para tornar as baterias ainda mais úteis, como os sistemas de carregamento bidirecional.

Essa tecnologia permite que um carro elétrico forneça energia de volta para a rede elétrica (V2G) ou alimente uma casa (V2H), tornando o veículo uma espécie de bateria móvel.

Um estudo recente da NRMA revelou que 54% dos donos de EVs considerariam instalar um sistema V2G no futuro.

Um usuário australiano que testou a tecnologia relatou que conseguiu vender energia de volta para a rede elétrica durante um pico de demanda e faturou US$ 564 em apenas duas horas.

A Mitsubishi já implementou o primeiro carregador bidirecional em sua sede na Austrália, mas o CEO da marca, Shaun Wescott, critica a burocracia do país. O Japão faz isso há anos, não há motivo para não adotarmos essa tecnologia aqui também”, afirmou ele.

A evolução dos veículos elétricos continua acelerada, e as preocupações com a durabilidade das baterias parecem estar mais ligadas a mitos do que à realidade.

A cada nova geração, os EVs se tornam mais eficientes, e o medo da degradação da bateria pode em breve se tornar coisa do passado.


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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.