
A tensão crescente entre o público e os bilionários do Vale do Silício ganhou um novo capítulo — desta vez, com criatividade de sobra e um toque de tecnologia rebelde.
Botões de travessia de pedestres em cidades como Palo Alto, Redwood City e Menlo Park, na Califórnia, foram hackeados para tocar mensagens satíricas com vozes geradas por inteligência artificial imitando Elon Musk e Mark Zuckerberg.
As mensagens, algumas bem-humoradas e outras ácidas, substituíram os tradicionais alertas sonoros de travessia por verdadeiros monólogos digitais cheios de ironia.
A ação afetou ao menos 12 cruzamentos em Palo Alto e mais quatro em Redwood City, segundo autoridades locais. Em Menlo Park, onde está a sede da Meta, também foram identificadas interferências.
Uma das mensagens dizia: “Oi, aqui é o Elon Musk. Bem-vindo a Palo Alto, casa da engenharia da Tesla. Dizem que dinheiro não compra felicidade… Ok, talvez seja verdade, Deus sabe que eu tentei. Mas pode comprar uma Cybertruck, e isso é bem insano, né?”
Outro áudio imitando Musk, em tom mais ácido, afirma: “Oi, eu sou o Elon. Podemos ser amigos? Você quer ser meu amigo? Eu te dou uma Cybertruck, prometo. Olha, você não tem ideia do nível de depravação a que eu me rebaixaria por uma migalha de aprovação. Sinceramente, não é como se eu tivesse convicções morais para começar.”
E houve espaço até para o mau gosto. Em um trecho particularmente polêmico, a voz diz: “Sabem, as pessoas vivem dizendo que o câncer é ruim… Mas já tentaram *ser* o câncer? É [censurado] incrível.”
Mark Zuckerberg também foi satirizado.
Uma gravação ativada por um botão de pedestre em Menlo Park dizia: “Oi, é o Zuck aqui. Só queria dizer o quanto estou orgulhoso de tudo o que estamos construindo juntos.
Desde minar a democracia até fritar o cérebro dos nossos avós com lixo de IA, passando por tornar o mundo menos seguro para pessoas trans — ninguém faz isso melhor que a gente. E eu acho isso bem bacana.”
Em comunicado oficial, a prefeitura de Palo Alto informou que as mensagens “não autorizadas” foram rapidamente removidas e que equipes de manutenção já estão reconfigurando os sistemas afetados.
Em Redwood City, os cruzamentos comprometidos foram identificados e tiveram o áudio desativado até nova programação.
Ainda não se sabe quem está por trás da ação, nem se outros dispositivos públicos poderão ser alvos futuros.
O episódio reforça a crescente onda de protestos criativos contra figuras de destaque da tecnologia, muitas vezes acusadas de abuso de poder, práticas predatórias e desconexão com a realidade da população.
Em tempos de redes sociais e vozes sintetizadas, até um botão de semáforo virou espaço de protesto.
E o mais surpreendente? Muita gente, em vez de criticar a invasão, achou graça — e até gostou da performance. Talvez o próximo bilionário tenha que apertar o botão duas vezes antes de atravessar a rua.

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