EUA: dívidas de financiamento dos americanos está subindo

mercado concessionaria

Nos EUA, o crédito para financiamento de automóveis com planos chegam a assombrosos 84 meses, algo que nos faz recordar do mesmo em um passado brasileiro não tão distante…

Já sem juros camaradas, a dívida dos consumidores está aumentando ao passo que o valor dos carros financiados fique abaixo do que realmente os clientes devem.

O saldo negativo é normal, mesmo nos EUA, porém, a quantidade de consumidores chegando aos revendedores com saldo negativo do patrimônio líquido acendeu um alerta no mercado.

Muitos clientes estão rolando estas dívidas  em operações de troca por modelos cada vez mais caros, eliminando esse saldo negativo na operação, porém, ampliando a dívida “positiva”.

Um engenheiro de dados de 36 anos, por exemplo, tinha dois carros e US$ 14.000 de saldo negativo.

Então, em 2020, ele foi até um revendedor e trocou os dois por um Ford Explorer de sete assentos, que custava US$ 49.000. Na operação, a dívida passou a ser de US$ 66.000 com todos os custos incluídos.

No mercado, o número de clientes com patrimônio líquido negativo ou “debaixo d’água”, ou “de cabeça para baixo”, está na média em US$ 10.000 nas operações de troca, mas antes da pandemia era de US$ 5.500.

O problema, pelo visto, se acentuará ainda mais, pois, o Federal Reserve aumentou a taxa de juros nos EUA e financiamentos de carros passaram de 4,3% para 6,9%.

Hoje, a média mensal de pagamento de parcelas já está em US$ 1.000 para 2 em cada 13 pessoas, o que assusta num país onde o carro é essencialmente uma extensão do cotidiano do americano.

Após a pandemia, os preços dos carros novos subiram 20% e os usados bateram nos 37%, alimentando a preocupação com a bola de neve que está crescendo, ainda mais com planos de 84 meses ainda populares.

Para o consumidor, que precisa do carro, a única maneira de reduzir ou eliminar esse saldo negativo é se enfiar em financiamentos ainda mais longos de veículos mais caros.

Nessa operação, os fabricantes lucram muito, pois os estoques estão baixos, os preços continuam subindo e a necessidade do comprador endividado faz a demanda manter-se alta.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X