O governo americano anunciou um novo plano para impulsionar a indústria automotiva dos EUA: uma dedução fiscal para os juros de empréstimos de veículos fabricados no país.

A proposta surge após a imposição de uma tarifa de 25% sobre automóveis importados, em um esforço para fortalecer a produção nacional e mitigar o impacto dos novos custos.

O presidente da Câmara, Mike Johnson, apoia a iniciativa, ainda em fase inicial de desenvolvimento, segundo o site Autoblog.

O setor automotivo reagiu de maneira mista à ideia. Jason Tamaroff, do Tamaroff Auto Group, elogiou a medida, afirmando que poderia beneficiar diretamente os consumidores.

Já Michael Cummings, da Cummings Automotive, lembrou que, antes da Reforma Tributária de 1986, todos os americanos podiam deduzir os juros dos financiamentos automotivos, não apenas os de veículos nacionais.

Por outro lado, nem todos veem a proposta com bons olhos. Nick Anderson, da Chuck Anderson Ford, acredita que o governo está tentando influenciar as taxas de juros para pressionar o Federal Reserve a reduzi-las.

Ele não vê chances reais de que a dedução seja aprovada. O JP Morgan também expressou ceticismo, apontando que a economia média para os consumidores seria de US$ 20 por mês, enquanto o impacto das tarifas poderia elevar os financiamentos de carros novos entre US$ 60 e US$ 90 mensais.

Trump argumenta que a expansão da produção nacional compensaria a perda de arrecadação com as deduções fiscais. Erica York, economista da Tax Foundation, estima que a medida custaria cerca de US$ 5 bilhões por ano, podendo chegar a US$ 61 bilhões até 2034.

Ainda não está claro se a dedução será itemizada ou padrão, mas especialistas destacam que 90% dos contribuintes preferem a dedução padrão, que tende a ser mais vantajosa.

Apesar do entusiasmo da Casa Branca, o caminho para aprovação não será simples. O impacto econômico das tarifas, a necessidade de equilibrar o orçamento e o benefício desproporcional para quem compra veículos mais caros podem dificultar a implementação.

A ideia não é nova: em outubro, a casa Branca já havia mencionado seu desejo de torná-la realidade durante um discurso em Detroit. Agora, resta saber se conseguirá transformar essa promessa em política concreta.