EUA: tarifa de 25% para carros e peças importadas terá efeito devastador na indústria e impactará comércio mundial

silverado 1500 diesel (1)
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As tarifas de 25% sobre automóveis e peças importadas, com início em 2 de abril, devem elevar significativamente os preços dos veículos nos Estados Unidos, porém, não apenas isso, poderá impactar a economia mundial…

Os modelos mais afetados podem ter acréscimos de até US$ 10.000, com a média girando em torno de US$ 4.500. Mesmo fabricantes locais, como General Motors e Ford , podem reajustar seus preços entre US$ 4.000 e US$ 5.000.

Além do impacto direto no valor dos carros, os custos de seguro automotivo devem subir cerca de 8% até o fim do ano, e as despesas com reparos também devem aumentar devido ao encarecimento das peças importadas.

Esses fatores podem reduzir a demanda por veículos novos, comprometendo as vendas projetadas para 2025, segundo a revista Veja .

Fabricantes europeus e japoneses, como Toyota, Mazda e Subaru, enfrentam dificuldades por dependerem de componentes estrangeiros.

O aumento nos custos pode levar essas empresas a priorizar outros mercados, reduzindo a oferta de veículos nos EUA.

A complexidade das cadeias de suprimentos torna quase impossível encontrar um automóvel que seja 100% “Made in the USA”, já que até modelos com alto índice de produção nacional utilizam peças importadas, sendo em média até 50% importadas.

As tarifas também geram preocupação internacional. O Japão e o Canadá já se manifestaram contra a medida, destacando seus impactos negativos na indústria automotiva e nas relações comerciais.

Já a União Europeia alerta que a decisão pode prejudicar não somente fabricantes globais, mas também empresas americanas, como a Tesla.

No geral, as tarifas podem desencadear uma série de efeitos negativos, desde o aumento dos preços para os consumidores até dificuldades para a indústria automobilística global, reforçando a complexidade e a interdependência do comércio internacional.

Como em 1930?

gm cab 1930
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À CNN, Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da OMC, analisou o impacto das tarifas sobre carros importados nos Estados Unidos, destacando que os efeitos dessas medidas só serão plenamente percebidos no final ou após o atual governo.

O objetivo declarado das tarifas é estimular a reindustrialização e atrair montadoras para o país, criando empregos.

No entanto, Azevêdo aponta desafios significativos, como o tempo necessário para novos investimentos, que pode levar de três a quatro anos, considerando a escolha do local e a obtenção das licenças.

Além disso, a incerteza em torno das políticas dificulta decisões empresariais, já que ninguém inicia uma produção sem clareza sobre as regras do jogo.

Outro fator de complexidade são os acordos comerciais já existentes. O Canadá, terceiro maior fornecedor de automóveis dos EUA, enfrenta dúvidas sobre como as tarifas serão aplicadas e combinadas com medidas anteriores.

O caso mais extremo envolve carros elétricos chineses, que podem ser submetidos a uma tarifa total de 172% devido a sucessivas medidas protecionistas.

Azevêdo traça um paralelo com a Lei Smoot-Hawley de 1930, que aumentou tarifas e, embora não tenha causado a Grande Depressão, agravou a recessão e levou a retaliações comerciais, reduzindo dois terços do comércio mundial em cinco anos.

A preocupação do ex-diretor da OMC se intensifica com as novas tarifas previstas para 2 de abril, cujos detalhes ainda não foram divulgados.

Ele alerta que essa incerteza pode ter consequências significativas para o comércio global e a economia mundial.


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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X