Coluna Fernando Calmon nº 1.366 — 26/8/2025
Os países da União Europeia, finalmente, começam se preocupar com a descasamento entre a necessária atenção às mudanças climáticas e o longo caminho de adaptação da indústria automobilística.
A pressa é inimiga da perfeição, já dizia o jurista Rui Barbosa, no início do século passado.
E a Europa só agora começa a constatar que não pode manter incentivos fiscais por longos períodos para apressar as vendas de veículos elétricos, sem desequilibrar as contas públicas e comprometer o tempo necessário para adaptação da indústria e sua extensa cadeia de fornecedores.
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Matias Giannini, brasileiro e presidente executivo da multinacional Horse Powertrain, chama atenção para o fato de mais da metade dos veículos produzidos no mundo ainda dependerá de motores de combustão em 2040.
Também aponta o acerto do Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação) criado pelo Brasil.
O País estabeleceu assim um marco regulatório claro, de longo prazo. Criou incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento, sem esquecer de uma metodologia de contabilidade de gás carbônico (CO2) com base no ciclo de vida dos veículos.
Primeiramente, da origem da geração de energia até as emissões no escapamento dos carros. Em uma segunda etapa, a desmontagem e reciclagem total.
“O Brasil demonstra ser possível reduzir emissões de carbono sem destruir toda uma cadeia produtiva ou perder competitividade. E faz isso ao levar em conta sua matriz energética limpa, seus biocombustíveis e uma política industrial coerente. Um modelo que pode, sim, inspirar a Europa nesse momento”, conclui Giannini.
Horse Powertrain, sediada em Londres, tem 17 fábricas em três continentes (incluída a de São José dos Pinhais – PR) e cinco centros de Pesquisa e Desenvolvimento.
É uma sociedade entre o Grupo Renault que inclui Nissan e Mitsubishi (45%), a chinesa Geely (45%) controladora da Volvo, Polestar, Lotus, ZEEKR, Lynk & Co, Livan (anteriormente Lifan), Proton, London Electric Vehicle Company (LEVC) e a submarca de SUVs elétricos Geometry, além do grupo árabe saudita de petróleo e gás Aramco (10%).
Kardian 2026 tem nova versão de topo
Iconic substitui a Première Edition, lançada em 2024, quando do lançamento do novo SUV compacto da marca.
Esta versão de topo agregou mais equipamentos e funcionalidades, a começar pela nova tela multimídia de 10,1 pol. (2,1 pol. extras) com melhor resolução e que reproduz câmera de ré.
O quadro de instrumentos cresceu para 10 pol. e replica navegação Waze, Google Maps ou Apple Maps. Carregador de celular por indução está disponível agora também na versão Techno.
Bancos de couro na cor marrom (só na Iconic) o diferencia de concorrentes deste porte.
Outras mudanças: substituição do radar no para-choque dianteiro por uma câmara no para-brisa a fim de permitir frenagem emergencial também para pedestres e ciclistas, comutação automática dos faróis alto/baixo e quatro câmeras com guias dinâmicas para facilitar manobras.
Versão de topo do Kardian oferece dois opcionais: teto bitom na cor prata e rastreamento do veículo por serviço da Renault para caso de roubo ou furto.
Em viagem de São Paulo a Itu, ida e volta (pouco mais de 200 km), o SUV se destacou por suas qualidades dinâmicas, comportamento em curvas e o câmbio automatizado de duas embreagens, seis marchas.
O motor turbo flex de 1 litro, 125 cv e 22,4 kgf·m entrega o maior torque entre os motores desta cilindrada quando abastecido com etanol. Ultrapassagens em estradas tornam-se mais fáceis e nos trechos urbanos respostas ao acelerador são melhores frente a outros SUVs compactos.
Preços das cinco versões: R$ 113.690 a R$ 149.990.
Novo Audi A5 evolui no motor e no chassi
Sem se descuidar de desenvolver motores a combustão, a Audi também evolui em aperfeiçoamentos de chassi e visual.
O novo sedã médio A5 Performance S (substitui o A4) tem alterações nos faróis, grade mais larga e de proporção mais baixa, novos vincos no capô, rodas de 20 pol., tampa do porta-malas com vidro traseiro, novas lanternas e saídas de escapamento retangulares.
Maçanetas embutidas ajudam no coeficiente aerodinâmico de 0,27.
Dimensões ampliadas: comprimento, 4.829 mm; entre-eixos, 2.892 mm; largura, 1.860 mm (2.029 mm com espelhos); altura, 1.410 mm; porta-malas, 445 litros e tanque 56 litros.
Novo motor de quatro cilindros, 2-L turbo agora entrega 272 cv e 40,8 kgf·m graças, entre outras mudanças, à turbina com válvulas de palhetas e pressão de injeção elevada para 500 bar.
Câmbio automatizado de duas embreagens, sete marchas e tração 4×4. No interior, destaque para a nova central multimídia de 14,5 pol., mas a terceira tela para o passageiro da frente não está disponível aqui.
Pormenor interessante é o teto solar que pode formar faixas longitudinais. Em um primeiro contato, destacou-se pelo silêncio a bordo e o equilíbrio em curvas com leve tendência ao subesterço (sair de frente), se muito exigido.
Continua um carro que agrada pelo conjunto, transmite solidez e acelera de 0 a 100 km/h em 5,9 s.
Preço: R$ 379.990.
Dois MINI elétricos: avaliações em pista
A marca inglesa, integrante do grupo BMW desde 1994, completou 66 anos no último dia 26.
E já começou as entregas dos MINI John Cooper Works E e MINI John Cooper Works Aceman E, ambos com motor elétrico de 258 cv e 34,6 kgf·m, apresentados anteriormente no Festival Interlagos.
Os dois modelos visualmente receberam retoques nos faróis, opção do teto em vermelho e defletor traseiro.
Seus comportamentos na curta e travada pista do autódromo Haras Tuiuti, cidade no interior de São Paulo, são bem diferentes.
O forte som de motores elétricos é proposital, para uma condução excitante. Logicamente, o MINI menor, com carroceria curta e de três portas, é bem mais rápido nas curvas e acelera de zero a 100 km/h de forma convincente: 5,8 s, de acordo com o fabricante.
Já o Aceman E, com sua massa maior em razão da carroceria de cinco portas, empolga um pouco menos em especial nas curvas de raio menor.
Acelera de zero a 100 km/h ainda em bons 6,9 s e mantém o comportamento ágil que define a marca. Em ambos o modo Go-Kart muda acentuadamente o comportamento geral em termos de respostas da direção e acelerador.
Quanto ao alcance há muito pouca diferença entre os dois modelos, no ciclo Inmetro: 306 km e 312 km, respectivamente.
Preços: R$ 330.990 (JCW E) e R$ 345.990 (JCW Aceman E).
Carro Sustentável aumentou buscas na internet
Um mês e meio após o início do programa de redução do IPI, os setes modelos nacionais elegíveis apresentaram crescimento de 22% no interesse de compra, segundo a pesquisa Webmotors Autoinsights que compila informações de buscas e visitas por meio da internet.
O portal é o maior market place de veículos novos e usados da internet na América Latina e o décimo-segundo do mundo.
O resultado apontou o Kwid como o que inicialmente atraiu maior número de possíveis compradores. O modelo de entrada da Renault teve alta de 54% em relação aos 45 dias anteriores.
Em seguida apareceram Fiat Argo (+46%), Volkswagen Polo (+32%); Fiat Mobi (+19%); Hyundai HB20S (+14%); Hyundai HB20 (+10%); e Chevrolet Onix (+3%).
As vendas efetivas dependem de outros fatores, entre eles empenho do fabricante em atender o Carro Sustentável, posição de mercado que cada modelo já detinha, esforço da rede de concessionárias e ampliação rápida da oferta.
Antes do fechamento dos números de agosto, liderava o Polo Track, seguido por Argo, Mobi, Onix, HB20, Kwid, Onix Plus e HB20S.
Essa disputa por clientes vai se acirrar nos próximos meses. Incentivos vão até dezembro de 2026.
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