
A Tesla enfrenta uma fase complicada com o Cybertruck, seu modelo mais polêmico e futurista, que ainda não conseguiu conquistar o público como a empresa esperava.
As vendas estão aquém do projetado, e relatos de problemas de durabilidade têm colocado em xeque a robustez prometida por Elon Musk.
Agora, a situação ganhou um desdobramento surpreendente e até irônico: a Força Aérea dos Estados Unidos quer comprar duas unidades da picape elétrica para destruí-las em testes de mísseis.
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De acordo com documentos de licitação publicados pelo governo norte-americano, o interesse militar no modelo é estratégico.
O texto destaca que o Cybertruck possui um “design agressivamente angular e futurista” e um “exoesqueleto de aço inoxidável não pintado”, além de lembrar o marketing da Tesla que sugere resistência a balas.

Para os militares, há a possibilidade de que inimigos, no futuro, adotem veículos semelhantes, o que justificaria o estudo de sua resistência real.
A justificativa oficial afirma que, em testes preliminares, o modelo apresentou menor nível de dano em impactos severos do que o esperado, e que sua arquitetura elétrica de 48 volts é mais avançada do que a de rivais.
Para atender aos requisitos da Força Aérea, os Cybertrucks não precisam estar operacionais, mas devem ter vidros e espelhos intactos, rodas girando livremente e pneus em boas condições.
As pesadas baterias de 700 quilos serão retiradas, assim como todos os fluidos, para evitar riscos durante os testes.

A busca por unidades não operacionais, mas visualmente intactas, não deve ser difícil: no uso real, o modelo já registrou casos de falhas elétricas após simples passagens por lava-rápidos, trincas no chassi e até rompimento de suportes de suspensão ao enfrentar buracos.
O plano da Força Aérea não se limita ao Cybertruck. No total, serão adquiridos 33 veículos para diferentes tipos de teste, incluindo seis sedãs pretos, seis sedãs brancos, seis sedãs azuis ou verdes, cinco SUVs, cinco picapes convencionais e até três minicamionetes kei — apelidadas de “Bongos” pelo governo.
Todos serão usados como alvos móveis ou fixos em treinamentos com armamentos de alta potência.
Para a Tesla, o episódio tem um sabor agridoce. De um lado, o Cybertruck continua atraindo atenção e sendo mencionado como referência em design e inovação.
De outro, será colocado à prova de forma extrema, com mísseis e armamento pesado, algo que Elon Musk provavelmente não incluiu nos planos de marketing.
A ironia é inevitável: o veículo vendido como símbolo de resistência e durabilidade será testado justamente para ver até onde essa resistência aguenta quando enfrenta o poder de fogo militar.
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