
A reestruturação da Volkswagen ganhou ritmo acelerado e já está causando um verdadeiro esvaziamento nas fábricas da marca.
Seis meses após o anúncio oficial de que cortaria mais de 35 mil postos de trabalho até 2030, a gigante automotiva revelou que 20 mil funcionários alemães já assinaram acordos para deixar a empresa de forma voluntária.
Esse número representa mais da metade da meta estipulada inicialmente e sugere que muitos empregados preferiram sair antes de serem engolidos por um cenário de incertezas.
Durante uma recente reunião interna na sede da empresa, em Wolfsburg, o chefe de recursos humanos, Gunnar Kilian, confirmou que os cortes estão sendo conduzidos de maneira “socialmente aceitável”, ou seja, sem demissões diretas, mas por meio de pacotes de aposentadoria antecipada e indenizações.
“As primeiras medidas do acordo ‘Futuro Volkswagen’ já estão surtindo efeito”, afirmou Kilian, destacando também avanços na redução de custos operacionais nas fábricas.
Mas esse enxugamento de pessoal é apenas parte de uma reconfiguração mais ampla.
A produção da Volkswagen em solo alemão será reduzida em mais de 700 mil unidades ao ano, refletindo a queda na demanda e o foco em racionalizar operações.
O complexo de Emden seguirá montando os modelos elétricos ID.4 e ID.7, enquanto a planta de Osnabrück encerrará a produção do T-Roc conversível em meados de 2027.
Já a fábrica de Dresden deve deixar de montar o ID.3, sendo adaptada para um modelo de negócios voltado a terceiros.
Apesar das medidas, os executivos da marca admitem que a missão de tornar a VW competitiva e sustentável até 2029 ainda está longe de ser concluída.
O diretor financeiro, David Powels, reconheceu que há um caminho considerável pela frente.
Em meio a esse processo de contenção de despesas, até os salários da alta cúpula serão atingidos: os bônus e remunerações dos membros do conselho serão reduzidos progressivamente até o final da década, com cortes de 11% já previstos para 2025 e 2026.
No total, a montadora espera economizar mais de 16 milhões de dólares apenas com o enxugamento salarial.
O corte em massa de empregos, a revisão de plantas industriais e a diminuição da produção mostram que a Volkswagen está atravessando uma das fases mais dramáticas de sua história recente, repensando seu papel dentro e fora da Alemanha.
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