A presença das montadoras chinesas no mercado britânico continua em expansão, com marcas como BYD e Omoda, da Chery, superando as vendas da Fiat no mês de outubro.
A Omoda registrou 870 novas unidades no Reino Unido, enquanto a BYD vendeu 780 veículos, ambas ultrapassando a Fiat, que somou 779 unidades, conforme dados da SMMT (Society of Motor Manufacturers and Traders).
O cenário de outubro mostrou um enfraquecimento geral do mercado automotivo britânico, com uma queda de 4,8% nas vendas totais. Em contraste, a participação de marcas chinesas no Reino Unido, excluindo a Volvo (que pertence à Geely), alcançou 4,8% do mercado.
A MG Motor liderou entre as marcas chinesas, com 5.303 veículos vendidos, ainda que tenha registrado uma queda de 13% nas vendas devido à renovação de modelos.
Já a BYD experimentou um aumento impressionante de 326% em seus registros, impulsionada pelo sucesso de modelos elétricos a preços competitivos.
A estratégia de preços atrativos tem sido um fator-chave para o sucesso das marcas chinesas na região, onde modelos como o Omoda 5, disponível em versões a gasolina e totalmente elétricas, têm preço inicial de £25.235 (cerca de €30.295), uma economia de mais de £5.000 em relação ao concorrente Nissan Qashqai.
Desde o lançamento em agosto, a Omoda já conquistou uma rede de 64 concessionárias no Reino Unido, consolidando sua entrada no mercado europeu, onde também começou a operar em países como Espanha, Itália, Polônia, Países Baixos, Bélgica e Suécia.
Outro ponto relevante é que o Reino Unido ainda não aplicou as tarifas adicionais da União Europeia para veículos elétricos produzidos na China, o que torna o mercado britânico mais atrativo para essas montadoras, apesar dos ajustes de engenharia necessários para adaptar os modelos ao volante do lado direito.
Além disso, marcas chinesas premium como Nio, Xpeng e Zeekr têm planos de ingressar no mercado britânico, reforçando a disputa pela fatia de consumidores de veículos elétricos e híbridos, um setor em crescimento devido ao mandato ZEV (Zero Emission Vehicle), que exige que as vendas de elétricos atinjam 22% das vendas de automóveis de passeio neste ano.
Esse mandato tem incentivado um aumento nas vendas de veículos elétricos a bateria (BEV), que atingiram 21% do mercado em outubro, mas também gerou polêmica entre fabricantes que reclamam da necessidade de oferecer descontos agressivos para cumprir as metas.
A Stellantis, grupo ao qual pertence a Fiat, anunciou uma estratégia para aumentar a venda de modelos elétricos reduzindo a oferta de veículos a combustão. Isso impactou diretamente a Fiat, cujas vendas no Reino Unido ainda são fortemente dominadas pelo Fiat 500 a gasolina.
Outras marcas da Stellantis também registraram desempenho abaixo do esperado, como a Vauxhall, que teve uma queda de 46%, enquanto a Peugeot manteve um ligeiro crescimento de 4,4%, impulsionada pela sua ampla gama de modelos elétricos.
O sucesso de marcas chinesas no mercado europeu, especialmente no Reino Unido, ilustra uma mudança nas preferências dos consumidores, atraídos pelo preço competitivo e pela oferta crescente de modelos elétricos.
Esse movimento também pressiona as marcas tradicionais a repensarem suas estratégias e oferta de veículos, numa adaptação ao crescente apelo dos EVs e à competição acirrada proporcionada por novas montadoras de diferentes origens.
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