Explosão das dívidas com carros nos EUA passa de US$ 1 trilhão acende alerta de nova crise como a de 2008

carros estacionamento
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A sensação de dirigir um carro novo ainda encanta muitos norte-americanos, mas o preço dessa experiência está levando milhões à beira do colapso financeiro.

A dívida nacional com financiamentos automotivos já alcança impressionantes US$ 1,66 trilhão, enquanto os índices de inadimplência disparam num ritmo alarmante, lembrando o cenário pré-crise de 2008.

Segundo o relatório “Driven to Default: The Economy-Wide Risks of Rising Auto Loan Delinquencies ”, publicado pela Consumer Federation of America (CFA), o sistema de financiamento de veículos nos Estados Unidos está à beira da ruptura.

A entidade acusa autoridades federais e o Congresso de se omitirem diante do agravamento da situação, permitindo que práticas abusivas se multipliquem sem fiscalização.

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O relatório aponta como principal vilão o valor absurdo das parcelas mensais, que vêm sendo pressionadas por taxas de juros elevadas.

Hoje, a média mensal de um financiamento de veículo chega a US$ 745, com cerca de 20% dos compradores assumindo prestações superiores a US$ 1.000. E a previsão é de piora, já que o subsídio de US$ 7.500 para carros elétricos deve ser eliminado em breve.

Dessa vez, o problema não se restringe a consumidores de perfil subprime. Até mesmo pessoas com bom histórico de crédito estão enfrentando dificuldades, com o dobro de inadimplentes em comparação ao período pré-pandemia.

Entre os mais jovens, o índice de calotes é ainda maior, e o número de veículos retomados cresceu 43% entre 2022 e 2024, de acordo com dados da Cox Automotive.

Mas o alerta da CFA vai além do setor automotivo.

O relatório sugere que, como muitos americanos priorizam o pagamento do carro em detrimento de outras contas básicas, o aumento nas inadimplências pode refletir um problema muito mais amplo e profundo na economia dos Estados Unidos.

A federação pede uma resposta imediata por parte dos órgãos reguladores e dos legisladores, alertando que o mercado de financiamento automotivo se tornou um campo fértil para práticas abusivas que estão penalizando famílias inteiras.

Segundo a entidade, a omissão do governo só piora o cenário e empurra os consumidores para dívidas impagáveis.

No entanto, há quem argumente que parte da responsabilidade está nas decisões pessoais. Comprar um carro usado, bem conservado, em vez de um modelo novo e caro, poderia evitar boa parte desse drama.

Muitos americanos seguem presos ao hábito de trocar de carro regularmente, muitas vezes por meio de leasing, mesmo sem condições financeiras reais para isso.

A verdade é que o mercado automotivo dos EUA virou um reflexo das distorções econômicas que afetam diretamente o bolso da população.

Se nada for feito, o que hoje parece apenas uma onda de inadimplência pode se transformar em uma crise sistêmica com impactos bem mais profundos do que alguns carros retomados.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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