
Com a chegada de novas tecnologias e a busca constante por design limpo e eficiência energética, alguns elementos clássicos dos carros estão sendo deixados para trás — e entre eles está um item que muitos motoristas nem perceberam que está desaparecendo: os faróis de neblina.
Uma peça que antes era comum até em modelos populares está se tornando cada vez mais rara nos lançamentos mais recentes.
Os faróis de neblina sempre tiveram uma função específica: instalados em uma posição mais baixa, emitem um feixe de luz direcionado para a pista, ajudando a enxergar melhor as faixas e os limites da estrada em meio à neblina.
A recomendação oficial da NWS (National Weather Service) é clara: em condições de baixa visibilidade, o ideal é usar faróis baixos em conjunto com os de neblina. O uso de farol alto, ao contrário, pode provocar reflexo na névoa e piorar a visibilidade.
Mas por que estão desaparecendo? A resposta está na evolução dos faróis principais.
Montadoras como Hyundai e Genesis afirmam que seus sistemas atuais de iluminação LED e MFR (Multi-Face Reflector) eliminam a necessidade de faróis de neblina.
O argumento é que os LEDs emitem uma luz mais branca e eficiente, com comprimento de onda menor, o que proporciona boa visibilidade mesmo em situações de neblina.
Além disso, sem a necessidade desses faróis auxiliares, os designers ganham liberdade estética e os engenheiros conseguem aproveitar o espaço para dutos de ar que melhoram a aerodinâmica do carro.
Outro fator importante: tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos, e em outros países, os faróis de neblina nunca foram obrigatórios por lei.
Diferente de airbags, cintos de segurança ou câmeras de ré, os faróis auxiliares são opcionais, e isso facilita ainda mais sua exclusão. Já no Reino Unido, por exemplo, o farol de neblina traseiro é obrigatório, mas o dianteiro não.
Isso significa que não há mais carros com farol de neblina? Ainda existem, sim.
Lá no exterior, os modelos com faróis de neblina já estão rareando, mas no Brasil, como os modelos geralmente são mais antigos, a maioria ainda tem, com a exceção ficando para os modelos de segmentos mais caros, e também os importados.
Mas, recentes lançamentos como o VW Tera, Honda ZR-V, e o Ford Territory não tem o item, bem como a grande maioria dos modelos elétricos chineses que estão invadindo o Brasil.
O avanço tecnológico é inegável, e os faróis de LED trouxeram ganhos reais em eficiência e visibilidade. Mas com a eliminação silenciosa dos faróis de neblina, fica o questionamento: estamos abrindo mão de segurança em nome da estética e da economia?
Talvez seja a hora de prestar mais atenção ao que está deixando de ser oferecido nos carros novos — antes que só reste a saudade.
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