
Na edição 2025 da Monterey Car Week, um evento conhecido por reunir as máquinas mais potentes, exclusivas e caras do planeta, uma tendência inesperada tomou forma: a volta do motor a combustão como protagonista.
Em vez de carros 100% elétricos dominarem os holofotes, o que se viu foi uma celebração do som, do cheiro e da emoção mecânica de modelos tênis como o Lamborghini Fenomeno, o Czinger 21C e o restomod Diablo da Eccentrica.
Restomods — clássicos repaginados com tecnologia moderna — ganharam destaque.
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A Eccentrica, por exemplo, chamou a atenção ao apresentar um Lamborghini Diablo atualizado com fibra de carbono, motor V12 reformulado e interior digitalizado.

O objetivo, segundo o ex-CTO da Lamborghini Maurizio Reggiani, é devolver ao motorista a sensação física de dirigir: “Queremos que a pessoa sinta a rua, a aceleração, a frenagem. Emoção importa mais que números”, disse ele.
Apesar do avanço das tecnologias elétricas, muitos compradores ainda valorizam a conexão emocional que apenas um motor a combustão proporciona.
É o caso do Battista, da Automobili Pininfarina, um hipercarro elétrico de 1.900 cv e R$ 13 milhões, que enfrenta uma barreira: a preocupação com a desvalorização.
“Ninguém sabe ainda se um supercarro elétrico vai manter valor no futuro. Isso pesa na decisão”, admitiu Paolo Dellachà, CEO da marca.

A solução? Unir o melhor dos dois mundos. A Lamborghini revelou o Fenomeno, versão especial do Revuelto com motor V12 plug-in hybrid e uma bateria redesenhada.
A Bugatti apresentou o Brouillard, com 1.578 cv e detalhes feitos com safiras e rubis, focando no design atemporal. Já a Karma quer conquistar pelo som: seu novo cupê elétrico tem escape lateral real, com som de verdade e válvula de alívio no turbo.
O consenso entre executivos e designers é claro: a experiência emocional está acima de qualquer dado técnico.
Um dos exemplos mais inusitados é o HF-11 da Oilstainlab, um EV com ventilador de motor que gera som via escape, e que ainda pode ter o trem de força trocado por um motor boxer a combustão.

Segundo seus criadores, cerca de 30% dos compradores querem apenas a versão elétrica, 30% apenas a combustão, e os demais querem ambos.
Ao contrário do que muitos imaginavam, a eletrificação total dos supercarros está longe de ser unanimidade.
Em Monterey, ficou claro que som, sensação e legado ainda valem muito mais do que 0 a 100 em dois segundos.
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