A Ferrari finalmente revelou o cronograma de lançamento do seu primeiro modelo totalmente elétrico, marcando uma nova era na história da marca italiana.
Durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, o CEO Benedetto Vigna anunciou que a estreia seguirá um processo em três fases, refletindo a abordagem cautelosa e estratégica da empresa diante de um momento decisivo.
No dia 9 de outubro deste ano, durante o evento anual voltado ao mercado de capitais da Ferrari, será apresentado o que Vigna chamou de “o coração tecnológico” do modelo — ou seja, sem revelar o carro por completo, mas mostrando sua arquitetura, inovação e filosofia.
A apresentação oficial do veículo será realizada na primavera de 2026 (entre março e junho no Hemisfério Norte), com as vendas previstas para começarem em outubro do mesmo ano.
É a primeira vez que a Ferrari divulga publicamente o cronograma de entrega do seu tão aguardado carro elétrico.
Fontes do mercado acreditam que o evento de outubro poderia marcar o lançamento completo do veículo, o que indica um possível atraso no plano original.
Ainda assim, a marca segue o padrão de outros lançamentos, entregando modelos cerca de três trimestres após suas revelações.
Apesar da estreia do seu primeiro BEV (veículo 100% elétrico), a Ferrari garantiu que continuará oferecendo carros a combustão e híbridos.
Aliás, os modelos híbridos já representam 51% das vendas da marca, uma linha que começou em 2019 com modelos como o SF90 Stradale e que só vem ganhando mais espaço no portfólio da marca.
Mesmo com o cenário global instável, a Ferrari manteve suas previsões financeiras para 2025.
No primeiro trimestre, a fabricante registrou crescimento de 15% nos lucros operacionais, atingindo €693 milhões, com receitas subindo 13%, para €1,79 bilhão.
Esse avanço foi impulsionado principalmente pelo aumento nas entregas para Europa e Américas, além da venda de modelos mais caros e sob medida, como os novos SF90XX, 12Cilindri e 499P Modificata.
Mesmo com a ameaça de tarifas impostas pelos EUA sob a gestão Trump, que podem impactar até 0,5 ponto percentual da margem de lucro da empresa em 2025, a Ferrari manteve a meta de alcançar um EBITDA de pelo menos €2,68 bilhões, com margem mínima de 38,3%.
Analistas da Bernstein destacaram a confiança da Ferrari, sobretudo em um momento em que marcas como Mercedes, Ford e Stellantis suspenderam suas projeções para o ano.
A única grande sombra nos resultados da Ferrari está na China.
As entregas globais subiram 1% no trimestre, totalizando 3.593 carros, mas as vendas na região da Grande China caíram 25%, reflexo do enfraquecimento na demanda por carros de luxo ocidentais. Essa queda segue um recuo de 21% no último trimestre de 2024.
A Ferrari, no entanto, já vinha adotando uma postura cautelosa na Ásia: decidiu limitar suas vendas na China a no máximo 10% do total global, justamente por conta dos altos custos com tarifas que pressionam as margens de lucro.
A marca já começou a mostrar suas cartas para 2025.
Na última semana, revelou oficialmente o 296 Speciale, versão esportiva e híbrida plug-in do 296 GTB, além da variante conversível.
Ao todo, seis novos modelos devem ser apresentados ao longo do ano, incluindo o inédito carro elétrico — o mais simbólico de todos.
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