
Quem nunca passou por aquela dor de ver o para-choque do carro encostar numa valeta ou obstáculo mal calculado?
Agora imagine isso ao volante de uma Ferrari avaliada em quase R$ 10 milhões, como uma 296 Speciale Aperta. Pois é — a Ferrari parece ter pensado exatamente nesses momentos e decidiu agir.
A fabricante italiana registrou recentemente uma patente para um sistema de frenagem automática específica para obstáculos baixos.
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Ou seja, aqueles que não são altos o suficiente para acionar os tradicionais sistemas de frenagem de emergência, mas ainda assim são capazes de causar um estrago considerável na parte inferior do carro — especialmente nos delicados splitters de fibra de carbono.

A ideia é relativamente simples: sensores instalados na dianteira do veículo avaliam a altura de objetos em relação à altura do carro.
Se o sistema identificar risco de colisão com um obstáculo “baixo demais para ser ignorado”, ele emite um aviso sonoro ao motorista. Caso o alerta seja ignorado, o sistema pode frear o carro automaticamente para evitar o impacto.
Segundo a própria Ferrari, o recurso é especialmente útil durante manobras de estacionamento, momento em que esses pequenos obstáculos — guias, paralelepípedos ou degraus de garagem — causam os maiores estragos.
Curiosamente, a patente não menciona integração com sistemas de elevação do eixo dianteiro (axle lift), recurso comum em superesportivos para contornar valetas e rampas.

Nem tudo são flores. A aplicação da tecnologia levanta algumas questões: e se o sensor interpretar erroneamente um objeto inofensivo — como um saco plástico, uma folha de jornal, ou até um rolo de papel higiênico — como uma ameaça real?
Um carro freando bruscamente no meio da rua pode causar situações ainda mais perigosas, como colisões traseiras, principalmente se o trânsito estiver intenso.
Como toda patente, não há garantia de que o sistema chegará às ruas. Montadoras registram diversas tecnologias apenas para resguardar ideias — seja para usá-las no futuro, impedir concorrentes de copiá-las ou vendê-las a terceiros.
Ainda assim, num mercado onde os superesportivos estão cada vez mais baixos, agressivos e caros, a ideia parece fazer sentido.

Evitar uma raspada em um componente de carbono que pode custar mais de R$ 100 mil é, no mínimo, um investimento inteligente para os felizes proprietários dessas máquinas.
No fim das contas, a Ferrari pode até não evitar todos os obstáculos da vida — mas pelo menos promete salvar alguns para-choques pelo caminho.
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