
A Ferrari NV voltou a ocupar o centro das atenções no mercado financeiro.
Analistas estão mais otimistas com a montadora italiana do que em qualquer outro momento desde 2020, impulsionando suas ações a uma valorização de 3,3% nesta terça e quarta-feira.
O entusiasmo se deve principalmente ao reposicionamento da marca como ativo de luxo comparável a grifes icônicas como a Hermès.
O banco Mediobanca elevou sua recomendação para “outperform”, enquanto o Berenberg iniciou cobertura com indicação de compra.
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Segundo Michael Filatov e sua equipe, a Ferrari representa “um investimento de longo prazo atraente” graças à combinação de exclusividade, status e fidelidade de clientes.

Os números reforçam a tese. A fila de espera para adquirir um modelo da Ferrari varia entre 18 e 24 meses, com uma demanda considerada de duas a três vezes superior à capacidade de produção anual da empresa.
Esse descompasso estrutural garante margens elevadas e poder de precificação raro na indústria automotiva.
Mesmo após impacto de tarifas nos Estados Unidos, a Ferrari demonstrou resiliência maior que concorrentes como a Porsche.
Analistas acreditam que a empresa de Maranello consegue repassar custos adicionais sem comprometer vendas, devido ao perfil de seu público e à aura de exclusividade em torno da marca.
A Berenberg projeta crescimento de lucros em ritmo de dois dígitos nos próximos cinco anos, sustentado pela escassez controlada de modelos e pela expansão da linha de produtos.

O banco fixou preço-alvo de €484 para a ação, o que representa potencial de valorização de 19% em relação ao fechamento mais recente.
Apesar da recuperação desta semana, os papéis da Ferrari ainda estão cerca de 15% abaixo do recorde histórico registrado em fevereiro. Essa defasagem, no entanto, é vista pelo mercado como oportunidade, diante da perspectiva de forte retomada.
A narrativa atual posiciona a Ferrari mais próxima do universo das grifes de luxo do que do setor automotivo em si.
Para investidores, trata-se de uma marca capaz de combinar herança esportiva com uma estratégia de escassez que transforma cada carro em objeto de desejo. No curto prazo, o desafio será mitigar efeitos de tarifas e custos elevados.
No longo, a expectativa é de que a Ferrari continue acelerando rumo a patamares de valorização dignos de sua fama.
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