
A Ferrari viveu um dos seus dias mais turbulentos no mercado financeiro nesta quinta-feira.
Suas ações caíram mais de 16% na Bolsa de Milão, apagando impressionantes 13,5 bilhões de euros (cerca de R$ 83 bilhões) do valor de mercado da lendária montadora italiana.
O motivo? Um conjunto de metas financeiras e estratégicas consideradas tímidas demais pelos investidores — especialmente no que diz respeito à eletrificação da marca.
Durante a apresentação do seu novo plano de negócios até 2030, realizada na sede da empresa em Maranello, executivos da Ferrari revelaram a nova plataforma que dará origem ao seu primeiro carro 100% elétrico, o Elettrica.
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Apesar do evento simbólico, o que ficou foi a frustração com a falta de ousadia nas metas apresentadas, tanto no faturamento quanto na transição energética.

A marca projeta atingir 9 bilhões de euros em receita até 2030, um crescimento modesto frente aos 7,1 bilhões previstos para 2025.
Analistas de mercado, como os do Citi, esperavam projeções bem mais ambiciosas, especialmente diante do prestígio e da clientela fiel da Ferrari.
O próprio CEO Benedetto Vigna reconheceu, em tom defensivo, que é preferível “executar o que se promete” do que estabelecer metas inalcançáveis.
No campo dos veículos elétricos, a decepção foi ainda maior. A Ferrari reviu para baixo sua estratégia de eletrificação.
Agora, a marca prevê que sua linha em 2030 será composta por 40% de carros a combustão, 40% híbridos e apenas 20% elétricos.

Em 2022, o plano era exatamente o oposto: 40% de EVs, 40% híbridos e 20% combustão.
Ou seja, uma clara sinalização de que o entusiasmo com os EVs deu lugar a uma postura mais cautelosa.
Essa mudança de rota acompanha os sinais do mercado de luxo, onde a demanda por carros esportivos elétricos de altíssimo desempenho ainda engatinha.
Fontes internas da empresa revelaram que o segundo modelo 100% elétrico da marca só deve chegar após 2028, contrariando as expectativas de um portfólio mais ágil.
Mesmo com a reação negativa do mercado, a Ferrari não abandonou totalmente seus planos de modernização.

A empresa apresentou o Elettrica, um modelo com mais de 1.000 cv, quatro portas e espaço para quatro ocupantes — algo raro na linha da marca.
Além disso, confirmou que produzirá em média quatro novos modelos por ano entre 2026 e 2030, mantendo seu ritmo de inovação sem comprometer a exclusividade.
Os principais componentes elétricos do novo Ferrari serão desenvolvidos internamente na recém-inaugurada “e-building”, em Maranello.
Ao mesmo tempo, a empresa seguirá investindo na expansão do seu universo lifestyle, com novas lojas conceito em Londres e Nova York em 2026, além de centros de personalização “Tailor Made” em Tóquio e Los Angeles a partir de 2027.
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