A transição energética no setor automotivo já não parece tão inevitável quanto antes, e a Porsche é a mais nova marca a revisar suas promessas de eletrificação radical.
Inicialmente, a meta era ousada: ter 80% das vendas compostas por EVs até 2030, com exceção apenas do icônico 911.
Agora, essa estratégia está sendo abandonada, e até mesmo a ideia de tornar a linha 718 — Cayman e Boxster — em totalmente elétrica foi colocada em espera.
Segundo o site britânico Autocar, a Porsche trabalha em uma nova geração do 718 com motores a combustão interna, mas não se trata apenas de prolongar a vida útil da geração atual.
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O plano é muito mais ambicioso: adaptar a plataforma PPE — desenvolvida para veículos elétricos — para receber motores a combustão.
Esse esforço técnico é complexo, já que a PPE não foi concebida para abrigar componentes como tanque de combustível, escapamento ou túnel central.
A missão é adaptar essa arquitetura para um novo Cayman e um novo Boxster com motor central, mantendo o equilíbrio dinâmico dos EVs já projetados sobre ela.
Mesmo com os desafios de engenharia, a ideia não é lançar apenas edições especiais ou versões extremas, como o GT4.
A Porsche quer versões a combustão regulares dentro da linha, como alternativa aos modelos 100% elétricos.
Ainda não se sabe qual motor será adotado, mas a atualização do seis cilindros boxer 4.0 pode ser uma solução, considerando os novos limites da norma Euro 7.
Enquanto isso, o desenvolvimento do 718 elétrico enfrenta obstáculos que vão além da engenharia.
A falência do fornecedor de baterias causou atrasos, e o lançamento, antes previsto para meados da década, agora só deve ocorrer em 2027.
A chegada das versões a combustão deve ocorrer depois disso, já no fim da década, com variantes de topo herdadas da geração atual.
O futuro do 718 é apenas parte de uma reestruturação maior na linha da marca alemã.
O SUV Macan já foi totalmente eletrificado, mas a Porsche confirmou um novo utilitário compacto com motores a combustão e híbridos para 2028.
Já o Cayenne, que acaba de ganhar uma versão elétrica, promete recarga ultrarrápida de 400 kW e até 1.120 cv na configuração mais potente.
Por outro lado, a linha 911 segue firme com motores a combustão, e a marca reafirma que não há planos para um híbrido plug-in — ao menos por enquanto.
Além disso, a Porsche também estuda versões híbridas e a combustão para o SUV de três fileiras conhecido como “K1”, que originalmente seria lançado como EV em 2027.
E quanto ao hipercarro Mission X, o projeto segue indefinido, sem cronograma oficial ou confirmação de produção.
Com essas mudanças, a eletrificação plena parece cada vez mais distante na Porsche, que agora aposta em uma estratégia mais equilibrada entre combustão, híbridos e EVs.
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