
O sonho de ter um carro próprio está virando um verdadeiro pesadelo financeiro para milhões de norte-americanos, que enfrentam o mercado automotivo mais caro das últimas décadas.
Com preços disparando e juros em alta, o financiamento virou a única saída para a maioria — e está se transformando numa dívida de longo prazo cada vez mais pesada.
Segundo dados recentes divulgados pela Experian, mais de 80% dos compradores de veículos novos nos EUA precisaram recorrer ao crédito no último trimestre.
A média da parcela mensal já atinge impressionantes US$ 748, o equivalente a cerca de R$ 4.100, mesmo sem contar os custos com seguro, combustível ou manutenção.
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O valor médio financiado para um carro novo é de US$ 42.332, com taxa de juros de 6,56% ao ano e prazo médio de 69 meses — quase seis anos.
Mas, para tentar equilibrar o orçamento, muitos consumidores estão estendendo ainda mais os prazos: já é comum encontrar contratos com duração de 84 meses, e há casos passando dos 100 meses — mais de oito anos para quitar um carro.
Apesar de a parcela mensal cair com prazos longos, o custo total do financiamento aumenta consideravelmente, com milhares de dólares extras pagos apenas em juros.
Os veículos usados, em tese uma opção mais acessível, também não estão poupando o bolso do consumidor.
A média de financiamento de usados ficou em US$ 27.128, com parcelas mensais em torno de US$ 532 (R$ 2.900) e juros considerados por eles como altíssimos, na casa dos 11,4% ao ano.
Os contratos para carros usados duram em média 67 meses, ou seja, quase o mesmo tempo que os dos veículos novos.
Um dado que chama atenção é que apenas 35% dos compradores de usados financiaram seus veículos, o que indica que muitos não conseguem arcar com as condições atuais do crédito.
A pontuação de crédito também tem impacto direto nas condições dos contratos.
Quem tem score alto (entre 781 e 850) consegue taxas de juros mais baixas e parcelas menores — cerca de US$ 727 por mês.
Por outro lado, os compradores com pontuação considerada “subprime” (300 a 500) até têm parcelas semelhantes (US$ 748), mas pegam empréstimos menores, com valores financiados em torno de US$ 35.286.
Esses consumidores, no entanto, pagam juros muito mais altos, chegando a incríveis 15,85% ao ano no caso dos perfis com pior avaliação de crédito.
Mesmo clientes com crédito “quase prime” (entre 601 e 660) já enfrentam taxas de 9,77%, um número impensável há poucos anos para o mercado automotivo americano.
Com o preço médio dos carros novos ultrapassando a marca histórica de US$ 50 mil em setembro, o impacto dos juros e dos prazos longos se torna ainda mais devastador.
A situação mostra que, para muitos americanos, o financiamento de um carro já se tornou tão oneroso quanto uma hipoteca — e sem a valorização que um imóvel oferece.
Enquanto isso, o número de compradores que estão trocando de carro ainda com dívidas do anterior também cresce, criando um ciclo de endividamento cada vez mais difícil de quebrar.
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