A Ford Motor Company revelou planos de cortar cerca de 14% de sua força de trabalho europeia, totalizando 4.000 empregos, como parte de uma reestruturação destinada a enfrentar a fraca demanda por veículos elétricos (EVs), o alto custo operacional e a concorrência de fabricantes chineses subsidiados.
Os cortes afetarão principalmente as operações da empresa na Alemanha e no Reino Unido, com conclusão prevista até o final de 2027.
A maior parte das demissões ocorrerá na Alemanha, onde 2.900 postos de trabalho serão eliminados, representando 24% da força de trabalho na planta de Colônia, enquanto 800 cortes estão previstos no Reino Unido.
A Ford também planeja reduzir a produção de seus modelos elétricos Explorer e Capri na fábrica de Colônia, evidenciando os desafios enfrentados pela montadora no mercado europeu.
Peter Godsell, vice-presidente da Ford Europa, explicou que a demanda por EVs tem sido significativamente menor do que o previsto, e os custos operacionais elevados continuam a prejudicar a competitividade da empresa.
Ele ressaltou que a reestruturação é uma ação decisiva para ajustar o modelo de negócios da Ford, mas não descartou novas medidas caso as condições do mercado se deteriorem ainda mais.
Além disso, a Ford criticou a falta de incentivos e infraestrutura para EVs na Europa, especialmente na Alemanha. A suspensão de subsídios para EVs em dezembro de 2022 contribuiu para uma queda de 28,6% nas vendas de veículos elétricos no país nos primeiros nove meses de 2023.
A empresa instou o governo alemão a adotar políticas mais claras e investimentos robustos em infraestrutura de carregamento e incentivos para facilitar a transição para EVs.
Os sindicatos alemães reagiram com firmeza contra os cortes, destacando a necessidade de explorar alternativas antes de implementar demissões em massa.
Knut Giesler, representante do IG Metall na Renânia do Norte-Vestfália, afirmou que o sindicato está preparado para uma “dura confrontação” caso a Ford não se mostre disposta a negociar.
A Ford tem enfrentado uma reestruturação dolorosa em sua operação europeia. Em fevereiro de 2023, a empresa já havia anunciado 3.800 cortes de empregos e planeja encerrar as operações de sua planta em Saarlouis no próximo ano.
Além disso, a pressão da concorrência de EVs chineses, beneficiados por subsídios do governo, levou a União Europeia a impor tarifas sobre esses veículos para tentar equilibrar o mercado.
Apesar dos desafios, a Ford continua buscando formas de se adaptar às mudanças no mercado automotivo. A queda de 17,9% nas vendas da empresa na Europa em 2023, muito acima da média do setor (6,1%), reforça a urgência de ajustes estratégicos.
No entanto, os cortes e a redução de operações em países como Alemanha e Reino Unido evidenciam as dificuldades de conciliar a transição para EVs com os custos elevados e a concorrência global.
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