Após anos apostando todas as fichas em SUVs e eletrificação, a Ford parece estar reconsiderando seu rumo.
Informações vazadas de uma reunião com concessionários europeus indicam que a montadora pode voltar a investir em carros de passeio compactos, categoria que havia sido praticamente extinta da linha da marca, tanto na América do Norte quanto na Europa.
O encontro foi liderado por Christoph Herr, chefe da Ford na Alemanha, que revelou que o CEO global Jim Farley estaria pessoalmente interessado no desenvolvimento de novos modelos menores.
Embora não tenha ficado claro se esse movimento também incluirá o mercado norte-americano, a notícia reacende a esperança entre os consumidores que ainda preferem sedãs e hatches acessíveis a SUVs pesados e caros.
Nos últimos anos, modelos consagrados como Fiesta, Focus e Fusion foram descontinuados, dando lugar a crossovers e SUVs elétricos. Na Europa, o Focus ainda resistia, mas está com os dias contados.
A Ford também eliminou as minivans Galaxy e C-Max, sem apresentar substitutos.
O Puma, um crossover compacto, tem sido o carro mais vendido da marca no continente, com mais de 64 mil unidades comercializadas só nos primeiros cinco meses do ano.
Já os novos elétricos, como o Explorer EV e o controverso Capri EV — relançado como um crossover —, estão longe de empolgar: venderam apenas 15.764 e 5.068 unidades, respectivamente, no mesmo período.
Enquanto isso, mesmo em fim de vida, o Focus ainda emplacou 32.499 unidades.
Essa nova guinada pode ser facilitada por uma parceria com a Volkswagen, que já fornece a base tecnológica do Explorer EV.
O grupo alemão está trabalhando em novos compactos e pode contribuir com o retorno de modelos compartilhados.
No entanto, há dúvidas sobre a chegada dessas novidades aos EUA, onde a Ford já declarou abertamente sua preferência pelos utilitários.
Caso a Ford opte por desenvolver seus carros menores de forma independente, a aposta pode ter escala global — quem sabe até abrindo espaço para aquele sonhado Mustang de quatro portas que vive no imaginário dos fãs mais ousados da marca.
Por enquanto, a reaproximação com os compactos parece uma resposta direta à morna recepção do público aos SUVs elétricos e um sinal de que nem toda empresa quer abandonar o passado tão cedo.
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