
Depois de 25 anos de estrada, o Ford Escape deu seu último suspiro.
A produção do SUV compacto foi encerrada discretamente em 17 de dezembro, quando a última unidade deixou a linha de montagem em Louisville, Kentucky.
Com isso, a Ford coloca fim a um modelo que já foi o segundo carro mais vendido da marca, atrás apenas do F-150, e que desempenhou papel crucial na entrada de novos consumidores na marca.
No auge, em 2017, o Escape registrou mais de 308 mil unidades vendidas. Em 2023, esse número despencou para cerca de 141 mil, com leve recuperação para quase 147 mil em 2024.
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Em 2025, até novembro, foram emplacadas 132.471 unidades — número semelhante ao do Bronco Sport, que soma 132.216 no mesmo período.

Mas apesar da substituição implícita pelo Bronco Sport e pela picape Maverick, muitos concessionários da marca estão alarmados.
Para eles, o fim do Escape abre um buraco perigoso na linha da Ford, especialmente no segmento de entrada, cada vez mais pressionado pelos altos preços médios dos veículos novos.
“O Escape é nosso arroz com feijão. Era o carro que trazia o cliente para a marca”, afirmou Doug North, presidente da North Bros. Ford, em Detroit.
Segundo ele, o SUV não só ajudava a atrair compradores de primeira viagem, como também facilitava a migração posterior para modelos maiores e mais lucrativos, como o Explorer.
A fábrica onde o modelo era produzido agora passará por uma reestruturação de R$ 10 bilhões, com foco na produção de uma nova picape elétrica média, prevista para 2027.
O Lincoln Corsair, irmão luxuoso do Escape, também teve sua produção encerrada em Louisville, mas pode continuar existindo como um modelo fabricado na China.
Nick Anderson, gerente da Chuck Anderson Ford, no Missouri, foi direto: “Acabar com o Escape é um erro enorme. Estamos tentando manter os preços acessíveis, e isso vai na direção oposta.”
Nathan Meckley, da Downtown Ford em Sacramento, foi ainda mais enfático: “Se você perde o comprador de entrada, perde toda uma geração. Eles vão para outra marca e não voltam mais.”
Mesmo assim, a Ford parece determinada a seguir seu plano. Aposta que o Bronco Sport e a Maverick darão conta do recado até a chegada de cinco novos modelos “acessíveis” previstos até 2030.
Enquanto isso, cabe às concessionárias se adaptarem e venderem o que a marca ainda oferece.
Mas para os revendedores que sempre contaram com o Escape como um pilar do showroom, a sensação é de abandono — e o temor de ver rivais ocupando o espaço deixado pelo veterano SUV.
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