
A Ford interrompeu a produção da picape elétrica F-150 Lightning em sua fábrica de veículos elétricos em Michigan, nos Estados Unidos, após um incêndio atingir a planta da fornecedora de alumínio Novelis, localizada em Nova York.
O impacto no fornecimento de peças obrigou a montadora a suspender temporariamente a linha de montagem da sua principal aposta elétrica, priorizando os modelos mais rentáveis com motor a combustão e híbridos da linha F-Series.
A pausa acontece mesmo após a empresa divulgar resultados financeiros sólidos no terceiro trimestre, superando as expectativas de lucro e receita.
Apesar disso, a própria Ford reconheceu que o incêndio pode resultar em um impacto de até US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) a mais do que o inicialmente estimado em seus lucros antes dos impostos.
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Como resposta imediata, a montadora anunciou a criação de até 1.000 novas vagas para ampliar significativamente a produção das picapes F-150 e Super Duty, que continuam sendo seus modelos mais lucrativos.
A expectativa é que, já em 2026, a produção desses modelos cresça em mais 50 mil unidades, compensando o baque na linha elétrica.
Enquanto isso, a F-150 Lightning ficará fora de cena.
A montadora confirmou oficialmente que a montagem da versão elétrica da picape seguirá paralisada “por tempo indeterminado”.
A justificativa é clara: os modelos a combustão usam menos alumínio e, portanto, são menos afetados pela crise de fornecimento gerada pelo incêndio.

Todos os funcionários da planta elétrica de Rouge, em Michigan, serão realocados para a fábrica vizinha, a Dearborn Truck Plant, que ganhará um terceiro turno de produção.
Outras 900 vagas serão abertas no Complexo Rouge e mais 100 no Kentucky Truck Plant, com foco total nas versões térmicas da linha F-Series.
Ainda que a F-150 Lightning não tenha atingido as metas ambiciosas da Ford, ela segue como a picape elétrica mais vendida dos Estados Unidos.
Somente no terceiro trimestre de 2025, a empresa entregou mais de 10 mil unidades, somando 23.034 veículos vendidos nos primeiros nove meses do ano — à frente de rivais como Tesla Cybertruck e Rivian R1T.
No entanto, isso não foi suficiente para conter os prejuízos da divisão elétrica da empresa.
Segundo os resultados financeiros, a divisão Model e, focada em veículos elétricos, registrou perdas de US$ 1,4 bilhão no terceiro trimestre, elevando o prejuízo acumulado em 2025 para US$ 3,6 bilhões (R$ 20 bilhões).
Desse valor, cerca de US$ 3 bilhões vieram dos modelos elétricos de geração anterior, enquanto os outros US$ 600 milhões foram gastos no desenvolvimento de novos EVs.
Com isso, a Ford dá um passo atrás em sua estratégia de eletrificação, enquanto aposta suas fichas no que sabe fazer melhor: picapes grandes, robustas e movidas a gasolina ou híbridas, que continuam sendo o coração financeiro da marca.
O futuro da F-150 Lightning, ao menos no curto prazo, permanece incerto — e reflete os desafios enfrentados por toda a indústria automotiva na transição para os veículos elétricos.
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