Enquanto a Jaguar tenta reestruturar sua marca e acelerar a transição para veículos elétricos, uma nova crise coloca o fabricante britânico em uma posição delicada.
A subsidiária norte-americana da Jaguar Land Rover (JLR) anunciou que irá readquirir 2.760 unidades do modelo I-Pace ano 2019, após problemas persistentes relacionados à bateria de alta voltagem.
Essa decisão segue o recall de agosto de 2024, identificado como 24V-633, que envolveu os mesmos veículos devido ao alto risco de superaquecimento térmico das baterias.
Inicialmente, a solução apresentada foi limitar o estado máximo de carga das baterias a 80%. No entanto, três incêndios envolvendo o modelo foram registrados nos Estados Unidos após essa atualização, pressionando a montadora a tomar medidas mais drásticas.
Felizmente, nenhum ferimento ou fatalidade foi relatado.
Os veículos afetados possuem baterias fabricadas pela LG Chem em 2017, um fornecedor que também enfrentou problemas semelhantes com os modelos Chevrolet Bolt EV e Bolt EUV, obrigando a LG a compensar a General Motors em impressionantes US$ 1,9 bilhão.
Os modelos Jaguar I-Pace afetados foram fabricados entre janeiro de 2018 e março de 2019, não diretamente pela JLR, mas pelo fabricante contratado Magna Steyr, na Áustria.
Mesmo com um preço inicial atual de US$ 72.500, a percepção de confiabilidade do I-Pace foi prejudicada, especialmente em um mercado onde Tesla e Porsche oferecem alternativas mais competitivas.
A crise chega em um momento crítico para a Jaguar, que planeja se reposicionar como uma marca 100% elétrica até o final da década.
O primeiro modelo dessa nova fase será revelado em 2 de dezembro, como parte de uma linha de veículos elétricos ultra-luxuosos baseados na nova Jaguar Electric Architecture.
Entretanto, o recall massivo do I-Pace levanta questões sobre a capacidade da montadora de lidar com os desafios técnicos e financeiros da transição para EVs.
A readquisição dos veículos, embora necessária para restaurar a confiança do consumidor, representa um enorme custo que poderia ter sido investido no desenvolvimento de novos modelos elétricos mais confiáveis e competitivos.
Com Tesla dominando o mercado de SUVs elétricos e Porsche oferecendo alternativas premium, a Jaguar precisa de um plano sólido para superar os prejuízos financeiros e de imagem causados por este recall e demonstrar que pode liderar no segmento de luxo elétrico.
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