Já se perguntou como certos motoristas conseguem uma carteira de habilitação, mesmo sendo claramente incapazes de dirigir com segurança?
Para quem vive na região metropolitana de Nova York, a resposta pode estar em um esquema de fraude recém-descoberto que envolvia uma autoescola no Queens e funcionários do próprio Departamento de Trânsito (DMV) do estado.
A operação, batizada de “Road Test”, foi realizada por agências federais, estaduais e locais, incluindo o Departamento de Segurança Interna dos EUA e o Escritório da Inspetora-Geral de Nova York.
O alvo: a T&E Driving School, que supostamente vendia carteiras de motorista por US$ 2 mil — e não se tratava de documentos falsos. Os compradores recebiam carteiras legítimas, com cadastro real no sistema do DMV, como se tivessem passado nos testes normalmente.
Segundo as investigações, o foco da autoescola eram imigrantes chineses da província de Fujian. Os anúncios eram feitos nas redes sociais e, após o pagamento, um funcionário da escola se passava pelo aluno durante o teste prático.
Em outros casos, simplesmente subornavam os examinadores para aprovar candidatos que nem sequer compareciam ao exame.
A inspetora-geral do estado, Lucy Lang, classificou o caso como uma “traição chocante da confiança pública” e destacou que os funcionários públicos envolvidos não apenas colocaram a segurança viária em risco, como também violaram seus juramentos de ofício.
O esquema foi descoberto com a ajuda de um detetive disfarçado do NYPD, que fala o dialeto fujianês e conseguiu se infiltrar como cliente. Os envolvidos podem pegar até sete anos de prisão por fraude em registros públicos e roubo de identidade.
Ainda não se sabe quantas carteiras foram emitidas por meio da fraude, mas estima-se que um único examinador do DMV em Staten Island realiza cerca de 1.500 testes por ano.
As autoridades agora buscam identificar centenas de motoristas que podem ter obtido a habilitação de forma ilícita.
Embora o exame prático de direção tenha suas falhas e críticas, ele continua sendo uma das únicas barreiras que impedem motoristas despreparados de assumir o volante.
Casos como este apenas reforçam a necessidade de um sistema mais rigoroso, transparente e à prova de corrupção. Afinal, colocar nas ruas motoristas que compraram suas licenças é colocar em risco a vida de todos.
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