
A Geely, uma das maiores montadoras da China, está de olho no crescente mercado de veículos elétricos do Reino Unido e pretende vender 100 mil carros por ano no país em um prazo de três anos.
O plano faz parte de uma ofensiva mais ampla para enfrentar rivais como Tesla e BYD em solo europeu, justamente no segundo maior mercado de EVs da região.
Segundo Michael Yang, diretor da Geely Auto no Reino Unido, a ideia é lançar pelo menos 10 modelos elétricos e híbridos plug-in até 2027 e alcançar cerca de 5% de participação de mercado.
Hoje, tanto Tesla quanto BYD possuem cerca de 2% cada no mercado britânico, o que mostra o nível de ambição da Geely na região.
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A primeira investida será com o SUV elétrico EX5, que chega custando £31.990, algo em torno de R$ 200 mil na conversão direta.
Posicionado como rival do Tesla Model Y, o modelo inaugura a nova fase da marca no mercado britânico.
O Reino Unido, que não impõe tarifas de importação a veículos chineses no momento, se tornou terreno fértil para marcas asiáticas ganharem espaço.
Além disso, o governo britânico tem incentivado a instalação de fábricas no país, embora ainda enfrente barreiras como os altos custos de energia e mão de obra.
Apesar disso, Yang afirma que a Geely está aberta à produção local, caso ela se mostre vantajosa no médio prazo.

A empresa pretende contratar cerca de 300 funcionários no Reino Unido e avalia utilizar estruturas já existentes, como as fábricas da LEVC (que produz os famosos táxis londrinos) e da Lotus, ambas pertencentes ao grupo Geely.
Vale lembrar que, embora a Lotus tenha anunciado o encerramento da produção no Reino Unido, a decisão foi revertida posteriormente, e a empresa estaria negociando com outras montadoras para compartilhamento de instalações em Hethel, no leste da Inglaterra.
Yang garante que as diversas marcas controladas pela Geely não vão disputar o mesmo espaço, cada uma mantendo seu foco de atuação.
“Volvo e Polestar são mais voltadas ao segmento premium. A Lotus é um carro de performance, e a LEVC é dedicada ao táxi icônico. A Geely vem para o mainstream”, afirmou.

O avanço da Geely ocorre num momento em que montadoras tradicionais enfrentam dificuldades.
A Nissan, que possui a maior fábrica automotiva do Reino Unido, está reduzindo sua atuação global.
A Jaguar Land Rover, por sua vez, teve de paralisar a produção por mais de um mês após um ataque cibernético, o que derrubou a produção nacional em setembro em 36%.
Enquanto isso, marcas chinesas como BYD e Chery vêm crescendo de forma acelerada.
A BYD já considera o Reino Unido como seu maior mercado fora da China, com crescimento de quase 10 vezes em apenas um ano.
A Chery, que comercializa os modelos Chery, Omoda e Jaecoo, saltou de 0,4% para 4% de participação em apenas 12 meses.
Com a meta de produzir 1,3 milhão de veículos por ano até 2035, o Reino Unido precisa de novas montadoras.
A ofensiva da Geely mostra que o futuro da indústria automotiva britânica pode muito bem passar pelas mãos das marcas chinesas.
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