
Uma subsidiária do Grupo Geely abriu um processo bilionário contra a fabricante de baterias Sunwoda, alegando prejuízos causados por problemas de qualidade em células fornecidas para veículos elétricos.
A ação judicial foi registrada no Tribunal Popular Intermediário de Ningbo, na província de Zhejiang, e busca uma indenização de 2,31 bilhões de yuans, o equivalente a cerca de R$ 1,8 bilhão, além de juros calculados com base nas taxas de mercado.
O processo foi confirmado por um comunicado oficial da própria Sunwoda, divulgado no dia 26 de dezembro de 2025, informando que sua subsidiária, a Sunwoda Power Technology, recebeu os documentos legais no dia anterior.
A queixa foi apresentada pela Viridi E-Mobility Technology, uma empresa do Grupo Geely dedicada ao desenvolvimento e fabricação de baterias, motores elétricos, sistemas de carregamento e armazenamento de energia para veículos eletrificados.
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A Viridi alega que as células de bateria entregues pela Sunwoda entre junho de 2021 e dezembro de 2023 apresentaram falhas que resultaram em perdas financeiras expressivas.
Esses componentes defeituosos foram usados em modelos de marcas como Zeekr, Volvo e Lotus — todas ligadas ao conglomerado Geely — e estariam relacionados a problemas que motivaram recalls recentes.
Em outubro de 2024, donos do Zeekr 001 foram notificados por concessionárias sobre a necessidade de substituir os pacotes de bateria, justamente por riscos associados a defeitos de fabricação e possibilidade de incêndio.
A Sunwoda, uma das principais fabricantes de baterias da China, produziu 9,07 GWh no primeiro semestre de 2025, ocupando a sexta posição no ranking nacional do setor.
Seus produtos abastecem diversas montadoras chinesas, incluindo Li Auto, Xpeng e Leapmotor, além da própria Geely.
Recentemente, foi revelado que até mesmo o futuro carro elétrico de autonomia estendida da Xiaomi deve usar baterias fornecidas pela Sunwoda.
Enquanto isso, a reputação da empresa sofre um novo abalo com consumidores da Li Auto, que vêm demonstrando resistência à ideia de receber seus modelos i6 equipados com baterias da marca.
Segundo reportagens do portal chinês QQ, a Li Auto tem pesquisado a aceitação dos clientes quanto ao uso das baterias da Sunwoda no lugar das mais desejadas da CATL.
Como tentativa de compensação, a montadora ofereceu dois anos ou 40 mil quilômetros adicionais de garantia, além da cobertura padrão de oito anos ou 160 mil quilômetros.
A proposta, no entanto, não foi bem recebida pelos consumidores.
Muitos consideram a oferta insuficiente frente às dúvidas sobre a confiabilidade das baterias da Sunwoda, e continuam preferindo a segurança e a reputação da CATL, líder de mercado em consistência e qualidade.
Com um processo bilionário em curso e resistência crescente dos clientes, a Sunwoda se vê no centro de uma crise que pode afetar sua posição no setor de veículos elétricos, justamente quando busca ampliar sua presença em novos projetos e contratos de grande porte.
O caso também acende um alerta para a indústria como um todo: a confiabilidade dos sistemas de bateria segue sendo um ponto crítico na construção da confiança do consumidor em veículos elétricos.
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