
A Porsche decidiu encerrar sua rede própria de recarga para veículos elétricos na China, indicando mais um recuo estratégico da marca no mercado que já foi considerado essencial para seu crescimento global.
Com cerca de 200 estações instaladas no país, a empresa começará a desativar esses pontos a partir de março do próximo ano, segundo comunicado oficial.
A decisão afeta apenas os carregadores premium operados diretamente pela marca, segundo esclarecimento de um porta-voz da Porsche China.
Outros pontos de recarga, como os presentes em concessionárias, hotéis e clubes de golfe, continuarão funcionando normalmente, por meio de parcerias com redes terceirizadas.
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A fabricante afirma que continua comprometida com o mercado chinês, mas o anúncio reforça a percepção de que a Porsche enfrenta dificuldades crescentes no país.

Entre janeiro e setembro, as vendas da marca alemã caíram 26% na China, em meio ao desaquecimento da economia local e ao avanço das montadoras chinesas.
A concorrência com marcas nacionais de EVs, mais acessíveis e tecnologicamente competitivas, tem pressionado as fabricantes europeias a reverem suas estratégias.
Além disso, a Porsche já atrasou o lançamento de novos modelos elétricos e revisou suas projeções financeiras diversas vezes ao longo do ano.
Como reflexo dessa turbulência, as ações da montadora já acumulam queda superior a 20% em 2025.
A retirada da infraestrutura própria de recarga pode ser vista como um sinal de contenção de custos e redirecionamento estratégico, priorizando parcerias locais em vez de investimento direto.
A imprensa alemã já havia antecipado essa movimentação: em novembro, a revista Focus noticiou que a Porsche estaria considerando um recuo gradual de suas operações na China.
A possível “desaceleração” da presença da Porsche no maior mercado automotivo do mundo levanta questionamentos sobre a competitividade das marcas de luxo tradicionais frente à nova geração de fabricantes chinesas.
Montadoras como BYD, Nio e Li Auto têm conquistado consumidores locais com propostas elétricas avançadas, design inovador e sistemas de recarga integrados a grandes ecossistemas digitais.
Enquanto isso, empresas como a Porsche enfrentam atrasos tecnológicos, custos elevados e dificuldade de adaptação às demandas específicas do consumidor chinês.
Ao se desfazer de sua rede de recarga, a marca pode perder ainda mais relevância entre os compradores de EVs, que priorizam conveniência e integração total entre carro e infraestrutura.
Mesmo mantendo parcerias com fornecedores externos, a decisão indica uma mudança drástica de postura para uma montadora que, até pouco tempo, via na China uma de suas principais apostas de eletrificação.
O futuro da Porsche no país agora depende da sua capacidade de se reposicionar frente à nova realidade do setor automotivo chinês, cada vez mais competitivo e dominado por players locais.
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