Durante o anúncio do investimento de R$ 1,2 bilhão para a fábrica de Gravataí, no Rio Grande do Sul, Santiago Chamorro, presidente da GM para a América do Sul, defendeu ações para conter a invasão de carros chineses no mercado brasileiro.
Chamorro defendeu a antecipação do imposto de importação de 35% para conter a “invasão” de carros importados da China, expondo seus argumentos sobre a ideia de se acabar com o amento gradual estabelecido no final do ano passado.
O executivo disse ao site Auto Indústria: “Faz todo o sentido controlar a invasão. Os chineses têm vantagens de custo que ninguém mais no planeta terra tem. Por isso, os Estados Unidos impuseram taxa de 100% e o Canadá de 48%. Acreditamos que o Brasil tem de retomar rapidamente a alíquota de importação de 35% para os modelos eletrificados”.
Santiago Chamorro elencou dois motivos importantes para conter o fluxo de carros chineses. O colombiano disse: “Primeiro, é preciso ter cota de importação com isenção de imposto associada ao tamanho da indústria estabelecida no Brasil. Além disso, é preciso trabalhar junto ao governo para fortalecer o programa Mover que promover com isso a verdadeira reindustrialização”.
Ele fala sobre a cota de 4.800 carros por ano por marca, uma sugestão que surgiu da Anfavea com o mesmo objetivo, que reduzir a entrada de chineses, mas não impedindo totalmente.
Hoje, existem cotas, mas são proporcionais por marca, com volumes baseados nas importações de janeiro e novembro de 2023. Nesse caso, as chinesas têm vantagem por receberem grandes volumes no ano passado.
Todavia, a antecipação de imposto e as cotas fixas, são combatidas pela Abeifa e ABVE, a associação do carro elétrico. Chinesas, como a BYD, também são contra a mudança de regras, assim como os associados da entidade que reúne importadores e alguns fabricantes.
Sobre a reindustrialização, Chamorro comentou: “O que está acontecendo é que o minério de ferro brasileiro vai para China e lá se transforma em aço, gerando produção e emprego. E daí, com subsídios, retorna para cá”.
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