GM demite 5.500 após prejuízo de R$ 8 bilhões com elétricos — plano de R$ 180 bi derrete

spark euv 1
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A General Motors anunciou a demissão de aproximadamente 5.500 funcionários em três de suas fábricas nos Estados Unidos, num movimento que evidencia a crise enfrentada pelo setor de veículos elétricos no país.

A medida ocorre pouco tempo depois da decisão do presidente Donald Trump de eliminar os créditos fiscais federais de até US$ 7.500 por carro elétrico, o que afetou diretamente as vendas e a viabilidade da produção de EVs no mercado norte-americano.

Entre os afetados, 3.400 trabalhadores da Factory Zero, localizada em Detroit, já haviam sido afastados no verão.

Essa unidade é responsável pela produção dos modelos elétricos Chevrolet Silverado, GMC Sierra e Hummer EV.

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gmc hummer ev leilao (2)
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A empresa anunciou que apenas 1.200 desses funcionários retornarão ao trabalho em janeiro de 2026, quando a fábrica retomar operações com apenas um turno.

Os outros 2.200 permanecerão afastados por tempo indeterminado.

Além disso, a GM confirmou o desligamento de 1.400 trabalhadores da planta de baterias Ultium em Warren, Ohio, e outros 710 na unidade de Spring Hill, no Tennessee.

Segundo o porta-voz da empresa, Kevin Kelly, cerca de 850 empregados em Ohio podem ser recontratados em maio, mas pelo menos 550 já são considerados como cortes permanentes.

chevrolet silverado ev wt (2)
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No Tennessee, os desligamentos foram classificados como temporários.

As demissões refletem uma mudança estratégica importante na montadora, que até pouco tempo apostava alto na eletrificação de sua frota.

Sob a liderança de Mary Barra, a GM havia comprometido cerca de US$ 35 bilhões (cerca de R$ 180 bilhões) em investimentos voltados exclusivamente ao desenvolvimento de veículos elétricos.

Esse plano, porém, vem sendo revisto diante da queda acentuada na demanda.

Mesmo antes da retirada dos incentivos fiscais, o crescimento das vendas de EVs já mostrava sinais de desaceleração.

Com o corte dos créditos em setembro, a situação se agravou e obrigou a GM a rever projeções de produção e reduzir custos com urgência.

A empresa já havia registrado uma baixa contábil de US$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre devido aos investimentos em EVs — e avisou que novos prejuízos devem ser contabilizados no quarto trimestre.

Recentemente, a GM também eliminou mais de 200 cargos administrativos em seu centro técnico em Warren, Michigan, como parte do esforço de contenção de gastos.

As decisões expõem as dificuldades enfrentadas por grandes montadoras na transição para a mobilidade elétrica, sobretudo em mercados onde o apoio do governo federal se mostra decisivo para viabilizar a adoção em massa dos EVs.

Com consumidores mais cautelosos, preços ainda elevados e incentivos eliminados, a eletrificação parece ter perdido fôlego nos Estados Unidos — e a GM está sendo forçada a lidar com as consequências de forma drástica.

A promessa de um futuro 100% elétrico parece, neste momento, mais distante do que nunca para a montadora de Detroit.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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