
A disputa entre gigantes da indústria automobilística nos Estados Unidos ganhou um novo capítulo.
General Motors (GM) e Ford estão fazendo forte lobby contra a Stellantis, pedindo ao governo norte-americano que não alivie as tarifas de importação que podem atingir picapes médias produzidas no México, como as RAM 2500 e 3500.
As duas montadoras argumentam que qualquer concessão à rival seria uma vantagem competitiva injusta e pedem regras uniformes para todo o setor.
O que está em jogo
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O governo Trump avalia aplicar uma tarifa de 25% sobre caminhões médios importados, como parte de uma política mais ampla de proteção à produção nacional.
Embora veículos pesados já sejam taxados, a decisão sobre os modelos médios — como os Ram fabricados em Saltillo, no México — ainda não foi oficializada, apesar de promessas anteriores de que a medida sairia até 1º de outubro.
Segundo o Crain’s Detroit Business, a Stellantis produziu mais de 200 mil unidades das Ram 2500 e 3500 em 2024, gerando cerca de US$ 13,8 bilhões em receita.
Caso a tarifa seja aplicada, a montadora pode sofrer uma perda de até US$ 2 bilhões em lucro operacional ajustado por ano.

Ford e GM pressionam
Ford e GM têm se posicionado de forma clara: querem que a tarifa atinja todas as empresas de forma igual. A Ford, por exemplo, produz seus caminhões pesados exclusivamente nos Estados Unidos, o que a torna uma defensora natural da medida.
“A Ford apoia a direção recente da administração Trump em relação aos caminhões pesados, que está alinhada com nosso objetivo de fortalecer a indústria automotiva americana e a manufatura local”, afirmou Mark Truby, diretor de comunicação da Ford. “Os trabalhadores norte-americanos merecem um campo de jogo nivelado.”
A GM adota discurso semelhante, ressaltando que não aceitará “brechas” que beneficiem rivais que fabricam fora do país.

Stellantis tenta reverter cenário
A Stellantis, por sua vez, intensificou seus esforços de lobby em Washington nos últimos dias, tentando convencer o governo a isentar suas operações mexicanas da tarifa.
A empresa argumenta que a medida comprometeria seriamente sua competitividade no segmento de caminhões médios — onde os modelos Ram são líderes de vendas.
Internamente, a Stellantis já vem reavaliando sua estrutura industrial nos EUA, diante da pressão de sindicatos e do novo CEO Antonio Filosa, que tem buscado retomar o protagonismo da empresa no mercado norte-americano.
Não há previsão oficial para o anúncio da decisão por parte da Casa Branca, mas a tensão entre as montadoras cresce à medida que a indústria busca se proteger de um ambiente regulatório instável e altamente politizado.
O que está em jogo é muito mais do que apenas uma tarifa — é a própria estratégia industrial para os próximos anos em solo americano.
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