Uma boa parte dos carros vendidos pela GM no mercado americano são provenientes da Coreia do Sul, onde a montadora tem uma base importante, edificada sobre o que sobrou da Daewoo Motors.
Todavia, a filial coreana da GM nunca foi sólida o suficiente e agora seus alicerces podem ceder diante da tarifa de 25% de imposto de importação dos EUA.
Segundo Lee Ho-guen, professor sul-coreano de engenharia automotiva, “se as tarifas americanas permanecerem em vigor, a GM não terá mais motivos para permanecer na Coreia do Sul”.
Ao jornal americano The Detroit News, Ho-guen disse: “As tarifas podem aumentar em até US$ 10.000 o preço sugerido dos carros enviados para os EUA, enquanto a GM vende menos de 50.000 unidades por ano na Coreia do Sul. Há muito pouco espaço para eles ajustarem sua estratégia.”
Sem o mercado americano, devido ao alto custo da importação, a GM teria que buscar novos destinos, talvez na Ásia Central ou mesmo na Rússia, se, num caso hipotético, houver o fim da guerra da Ucrânia e o levantamento do embargo ao país.
No que diz respeito a isso, o professor tem outra visão: “Em algum momento, após os próximos dois anos, acredito ser muito provável que a GM saia e mantenha somente sua unidade de pesquisa e desenvolvimento aqui, ou pelo menos reduza significativamente sua produção”.
Kim Woong-heon, um dirigente sindical, comentou: “Os carros que estamos fabricando [na Coreia] estão na faixa de preço mais baixa da GM, então os custos com mão de obra impossibilitarão a transferência imediata da produção para os EUA”.
Sem poder importar os mesmos carros feitos na China, a GM entra num dilema perigoso, afinal, modelos como Chevrolet Trax, Chevrolet Trailblazer, Buick Envista e Buick Encore GX, por exemplo, citados pelo site GM Authority, são fundamentais para as vendas da empresa nos states.
Já na Coreia do Sul, a GM tem somente 1% de market share, com as coreanas Hyundai, Kia e Genesis tendo mais de 90% das vendas.
Só no primeiro trimestre de 2025, a GM teve queda de 41% na Coreia do Sul. Na GM, a resposta é clara: “Não pretendemos responder a rumores sobre a saída da empresa da Coreia”, disse Gustavo Colossi, vice-presidente de vendas da GM Coreia.
Colossi reforçou a posição da GM no país: “Pretendemos prosseguir com nossas estratégias de vendas na Coreia e continuar lançando novos modelos nas próximas semanas e meses, introduzindo novas ofertas da GM ao mercado.”
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