Durante o evento de anúncio da Volkswagen, que fará um investimento de R$ 13 bilhões em suas três plantas de produção no Estado de São Paulo, Samuel Kinoshita, secretário da Fazenda e Planejamento, revelou que o governo paulista negocia com uma montadora chinesa.
Kinoshita limitou-se a dizer ao site Auto Indústria: “Ainda não posso revelar nome”. Todavia, o secretário indicou que a empresa é ligada à Volkswagen na China. Como se sabe, a alemã tem duas sócias por lá, sendo a SAIC e a FAW, porém, ela é dona de 50% da JAC.
Recentemente a VW fechou uma parceria com a Xpeng para desenvolvimento de veículos elétricos, porém, o negócio parece muito mais direcionado ao mercado chinês.
Mesmo assim, a VW tem 4,99% da chinesa, adquiridos por US$ 700 milhões. Para o Brasil, uma possibilidade seria a Volkswagen usar a Xpeng para barrar o avanço de chinesas como BYD e GWM, além de dinamitar o caminho da Stellantis com sua Leapmotor.
Usar uma chinesa para deter outras pode ser uma estratégia cujo tiro pode sair pela culatra, visto que essa guerra (proxy) transferida da China para cá pode simplesmente ganhar terreno nas vendas da montadora alemã, assim como do grupo com sede em Minas Gerais.
A FAW, uma das sócias da VW na China, já teve carros vendidos no Grande ABC, num projeto local que não foi adiante. Já a SAIC teria interesse em Minas Gerais, ainda que rumores tenham apontado o Rio Grande do Sul como destino.
Esta empresa, porém, é a maior sócia da GM, que também poderia entrar nessa guerra usando chinesas como Wuling e/ou Baojun contra GWM, BYD, Neta, Zeekr, Chery, entre outras. Ela tem ainda a MG (Morris Garages) como interesse próprio.
Assim, se não for a FAW, as maiores chances ficam com a Xpeng que, ao contrário das outras duas citadas, tem participação acionária de Wolfsburg. Fábrica? Talvez ainda haja espaço na “Cidade Volks” na Anchieta.
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