A Volkswagen confirmou que sua nova plataforma MEB Plus será adotada por todos os veículos elétricos acessíveis das marcas VW, Skoda e Cupra, a partir do lançamento do compacto ID2 em 2026.
A atualização da arquitetura MEB tem como foco principal a redução dos custos de produção dos BEVs (veículos elétricos a bateria), apostando no uso de baterias com química LFP (lítio-ferro-fosfato), mais baratas.
Também apostará num novo layout chamado “cell-to-pack”, que elimina a necessidade de módulos intermediários entre as células e o pacote de bateria.
A informação foi dada por Thomas Schaefer, chefe da marca Volkswagen, durante o congresso “Future of the Car” promovido pelo Financial Times em Londres.
Segundo ele, essa simplificação na estrutura interna da bateria reduz a quantidade de conexões e cabos, diminuindo o custo do componente que representa uma das partes mais caras do carro elétrico.
Estimativas do setor indicam que o chicote elétrico responde por até 20% do custo total do pack de bateria.
O modelo ID2 será o primeiro elétrico da marca a alcançar rentabilidade semelhante à de um carro a combustão, segundo o CFO do Grupo VW, Arno Antlitz.
Durante apresentação de resultados no início de maio, ele afirmou que o compacto igualará a margem de lucro do SUV a combustão T-Cross, algo inédito até agora entre os BEVs da empresa.
A produção do ID2 está confirmada para a fábrica espanhola da Volkswagen, onde também serão montadas outras versões baseadas na plataforma MEB Plus, como um SUV da própria VW, o Cupra Raval (hatch esportivo) e o Skoda Epiq (SUV compacto).
Para 2026, já se fala em um SUV Skoda de sete lugares baseado na mesma base.
Apesar da aposta em produção própria de células de bateria — com fábricas programadas para Salzgitter (Alemanha), Valência (Espanha) e St. Thomas (Canadá) —, Schaefer alertou que o custo da energia ainda é um entrave.
Segundo ele, o objetivo é fabricar células pagando entre 5 e 6 centavos de euro por quilowatt-hora, mas em alguns países esse valor chega a 13 centavos, o que encarece a operação em até €100 milhões para cada centavo acima da meta.

Além da nova química LFP e do layout mais simples, a MEB Plus também promete avanços técnicos importantes.
Quando foi anunciada, a plataforma previa veículos com até 700 km de autonomia e velocidades de carregamento na faixa de 175 a 200 kW.
Essa evolução é crucial para manter a competitividade da Volkswagen diante do avanço dos concorrentes chineses e da pressão por elétricos mais acessíveis na Europa.
A plataforma também torna a engenharia mais eficiente: com ela, a VW poderá usar baterias com melhor densidade energética, reduzir a quantidade de protótipos físicos e acelerar o tempo de desenvolvimento de novos modelos — uma estratégia que se alinha à crescente urgência da indústria de equiparar custo e escala entre elétricos e carros a combustão.
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