Os tempos eram sombrios e as linhas de montagem, futuramente alvos “válidos”, tiveram de cessar suas atividades em outubro de 1940 para a produção de automóveis, quando a Opel nem bem havia comemorado seu primeiro milhão de carros feitos.
Os Opel Olympia e Kapitän deixaram de ser produzidos após a Opel alcançar 1.003.585 veículos feitos desde 1899, quando a Adam Opel AG deixou de fazer somente bicicletas e máquinas de costura.
Diante da mais mortal e hedionda de todas as guerras, a Opel deixou sua essência como fabricante de automóveis, voltando a renascer literalmente das cinzas em 1947 e dali em diante para brilhar como se mereceu.
Do último veículo, a lembrança: um sedã grande com motor de seis cilindros que, como os contemporâneos Opel Olympia e Kadett, tinha uma carroceria de aço para suporte de carga.
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O número 1.000.000 foi um Opel Kapitan, que também contava com suspensão dianteira independente com barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos, aquecimento de água com ventilador elétrico e saídas de desembaçador do para-brisa, uma sensação na época.
No interior, bancos acolchoados, banco dianteiro ajustável e apoios de braços garantiam um alto grau de conforto.
O Kapitän tinha um recurso até então desconhecido que apareceu pela primeira vez: “entradas de som”, que, segundo o folheto publicitário da época, eram as “saídas” para a “fonte sonora”. Rádios e amplificadores automotivos também foram instalados no luxuoso sedã da Adam Opel.
Elogiado pela imprensa alemã, o Kapitän, nos poucos meses que faltavam para o início da Segunda Guerra Mundial, teve 25.374 unidades feitas e vendidas a preços que variavam de RM 3.575 (para a limusine de duas portas) a RM 4.325 (para o conversível).
Infelizmente, a guerra iminente já lançava sua sombra sobre uma empresa (de propriedade americana) cujo partido no poder deixava cada vez mais claro o que significava estar do lado errado.
A burocracia pôde então expressar sua desaprovação, atrasando o processo de venda e exportação de veículos, essencial para a Adam Opel AG manter-se como empresa.
Em 1940, um funcionário de alto escalão da Opel relatou que nada menos que 240 agências governamentais alemãs estavam interferindo nos negócios da empresa.
Também relatou que 54 pedidos separados precisavam ser submetidos para a exportação de um único veículo, embora o governo vigente precisasse urgentemente de moeda estrangeira para financiar sua política de armamentos.
Com a volta da Adam Opel, uma empresa que já pertencia à americana General Motors muito antes do governo sombrio da Alemanha, surgiram clássicos após o renascido Olympia que influenciaram globalmente outros mercados, como o nosso…
Aqui, a Opel influenciou o surgimento do Opala e permitiu que o Kadett C aparecesse antes como nosso querido Chevette. Mais tarde, veio o Ascona como Monza e depois o próprio Kadett com sua perua Ipanema (Kadett Caravan).
Mais alemão que americano, o portfólio da Chevrolet no Brasil dos anos 90 floresceu com os ícones Omega, Suprema (Omega Caravan), Vectra, Corsa, Calibra, Astra, Zafira, Tigra e Meriva. A blitz se ocultava sob a gravata dourada para nossa felicidade.
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