
Já se sabe que nos primórdios do automóvel, o carro foi movido até por energia elétrica, mas o que poucos sabem é que outros combustíveis, além de gasolina e diesel, foram experimentados e um deles hoje é bem popular no Brasil.
Há quase 110 anos, Henry Ford anunciou para os EUA e o mundo que estava testando o álcool como combustível para seus automóveis, em especial o Ford Modelo T, a locomotiva automotiva do mundo na época.

Era 1916 e, numa entrevista para o jornal Western Brewer, do setor de cervejaria, Ford revelou ter vários exemplares do Ford T abastecidos com álcool obtido de grãos e cereais.
Ford estava preocupado com o fim da gasolina, afinal, em 1916, ele estava vendo a Primeira Guerra Mundial acontecer e todo tipo de previsão ruim devia ser considerada.
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Por isso, ele viu vantagem no uso do álcool obtido de fontes como açúcar, milho, madeira e vegetais diversos, incluindo batatas, mais especificamente um tipo alemão, que poderia ser plantado nos states.

Henry Ford disse que seu motor de quatro cilindros, usado no Modelo T e que, virtualmente, poderia ser abastecido até com querosene, funcionava bem com álcool, tanto que rendia 15% mais que os 20 cavalos obtidos no derivado de petróleo.
A visão de Ford sobre o álcool ia além, já que a produção agrícola americana era enorme o suficiente para produzir um combustível alternativo à gasolina.
O pai da linha de montagem surpreendeu ao revelar que o trator Fordson também podia ser movido por álcool, eliminando dos produtores rurais a necessidade de comprar combustível fóssil.

Ainda que a autonomia fosse menor, Ford via um produto viável no álcool para os EUA do começo do século XX, porém, a Lei Seca de 1920 jogou areia no caminhão TT de Henry Ford.
Mesmo assim, Ford argumentou que as destilarias fechadas pela Lei Seca poderiam ser reabertas para produzir álcool combustível e, literalmente, mover a economia do período. Só em Michigan, 60 usinas foram fechadas.
Isso evitaria a perda de milhões de dólares em investimentos de destilados, mas sua visão de uma admirável nova América queimando álcool se diluiu nos 13 anos de Lei Seca.

No final das contas, a Ford avançou para o V8 de cabeçote plano nos anos 30 e para carros mais modernos como o Modelo A.
O sonho de Henry Ford, do álcool como combustível, contudo, só seria materializado pela empresa no Brasil do final dos anos 70, quando o Corcel II a álcool chegou aos distribuidores mais de 60 anos depois da proposta do fundador da marca.
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