
A Honda decidiu encerrar o desenvolvimento de um de seus futuros SUVs elétricos, parte da linha 0 Series, antes mesmo do lançamento.
Segundo fontes no Japão, o projeto do modelo de grande porte, voltado ao mercado norte-americano, foi oficialmente cancelado devido à combinação de custos elevados e à demanda fraca por EVs nos Estados Unidos.
O plano original previa três modelos elétricos dentro dessa nova família, com lançamentos entre 2027 e 2028. Agora, somente o SUV de porte médio e o sedã seguem em desenvolvimento.
O sedã está previsto para 2026 e o SUV intermediário já apareceu em público durante o Grande Prêmio do Japão, sinalizando que esses dois projetos continuam prioritários.

A decisão vem em meio a um movimento mais cauteloso da Honda no segmento elétrico.
A empresa já havia anunciado a redução de investimentos em mobilidade elétrica até o final da década, diminuindo de 10 trilhões para 7 trilhões de ienes, cerca de US$ 69 para US$ 48 bilhões.
A mudança na estratégia coincide com o recente pacote de medidas nos EUA — apelidado de “Big, Beautiful Bill” — que deve eliminar os incentivos de US$ 7.500 para novos EVs a partir de setembro de 2025, o que agrava ainda mais a perspectiva de vendas.
O SUV grande cancelado era peça-chave para o mercado americano, onde 60% das vendas da marca são compostas por utilitários esportivos. No entanto, diante da instabilidade da demanda e da dificuldade em justificar os custos, a montadora optou por não arriscar.

Em contrapartida, a Honda vai direcionar mais recursos para a eletrificação de seus modelos híbridos, um caminho que promete retorno mais imediato.
A estratégia inclui o desenvolvimento de versões eletrificadas de modelos como Pilot, Passport e Odyssey. A expectativa da empresa é de que esses veículos híbridos tragam mais vendas e garantam receita enquanto o mercado de elétricos se estabiliza.
O movimento da Honda segue uma tendência que vem sendo adotada por outras montadoras.

A Toyota também adiou seus SUVs elétricos americanos em favor de modelos como o Grand Highlander, e a Ford, recentemente, cedeu parte de sua fábrica de baterias em Kentucky para a Nissan, demonstrando uma reavaliação geral da indústria quanto à viabilidade dos EVs no curto prazo.
A aposta da Honda em híbridos surge como uma resposta pragmática ao comportamento atual do consumidor e às incertezas regulatórias nos Estados Unidos, preservando investimentos e mantendo a marca competitiva até a chegada de uma nova fase da eletrificação automotiva.

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