A Honda Falcon 400, também conhecida como NX4, foi uma motocicleta da marca japonesa do segmento trail-adventure que surgiu no final dos anos 90 e teve um breve relançamento no início dos anos 2010.
A Falcon surgiu como sucessora da NX350 Sahara, a clássica trail média que fez fama nos anos 90, sendo um modelo mais fluido e moderno, com ar também mais expressivo.
Versátil e com bom custo-benefício, a Falcon fez a alegria de muitos, mas também a tristeza, devido ao alto índice de roubo, tal como a Hornet, tanto que ambas foram excluídas da frota de imprensa da Honda.
O temor era o alto risco de roubo durante testes e avaliações, em meio a 80 unidades de outros modelos disponíveis.
Um dos motivos para essa atração fatal por parte dos ladrões era que a Honda Falcon teve a proeza de voltar do mundo das motos mortas. Ela foi a única que voltou…
Detalhes da moto
A Falcon 400 tinha um visual atraente em sua época, ainda que a frente parecesse capada de um para-lama elevado, tendo um corte abrupto sob o farol único e isso indicava o encaixe de uma peça.
No entanto, outros dois cortes nas laterais da carenagem diziam outra coisa, que a peça inteira seria como de um quebra-cabeças…
De qualquer forma, essa era a única parte do visual da Falcon que deveria ter sido corrigida, para se tornar mais harmônica e equilibrada.
Já a carenagem lateral com elemento vazado ajudava muito no visual, assim como o enorme silencioso cromado, que dominava a traseira.
Com motor monocilíndrico de quatro tempos com quatro válvulas e duas saídas de escape, a Falcon 400 entregava boa potência e ótimo torque em baixas rotações, garantindo bom desempenho.
Ela entregava 30,6 cavalos a 6.500 rpm e 3,51 kgfm a 6.000 rpm, garantidos por um carburador simples, tendo partida elétrica também.
Seu tanque de 15,3 litros lhe garantia uma boa autonomia, graças ao consumo médio de 23 km/l.
As suspensões de cursos altos também permitiam-lhe ir a qualquer lugar com conforto e segurança, herdando assim um conjunto que chegou ao Brasil nos anos 80 a bordo da XL 250R.
Tendo banco confortável para dois e freios a disco ventilados nas duas rodas, a Honda FX4 Falcon durou dez anos antes de ter seu primeiro fim.
Em 2012, a Honda decidiu ressuscitar a Falcon 400, mas desta vez, além de novas cores e grafismos, a marca japonesa introduziu injeção eletrônica PGM-FI com apenas gasolina e sem freio ABS opcionais.
Isso fez duas coisas na Falcon, uma foi reduzir potência e torque, passando então a ter 28,7 cavalos a 6.500 rpm e 3,27 kgfm a 6.000 rpm.
Ela manteve o peso elevado de 151 kg, porém, o consumo passou de 23 km/l para 28 km/l, graças à injeção eletrônica.
A Falcon NX 400i foi a designação adotada, mas em essência era a mesma moto lançada em 1999, tendo recebido mudanças visuais na carenagem do farol, nas aletas laterais, painel digital e a rabeta, que foi reconstruída.
O facelift da Falcon lhe garantiu um lugar em outra época, porém, reclamações como peso elevado e baixa potência ainda permaneciam, visto ela ter sido a sucessora da NX 350 Sahara, considerada superior.
Para voltar ao mercado, ainda que tenha sido mantida em produção para exportação nos anos de ausência, a Honda Falcon 400 pode ter sido uma escolha mais governamental…
A Honda ganhou uma concorrência pública de motos para o patrulhamento da Polícia Militar de São Paulo e como ela era a única entre 300 cm³ e 600 cm³ no mercado, acabou levando.
No entanto, quando o contrato com um estado foi cobrado da Honda, a única opção da marca foi atualizar a Falcon FX4, que estava em produção, convertendo-a em Falcon NX 400i e acabou voltando ao mercado.
Tratava-se de um modelo já com 13 anos quando voltou, ainda que com alterações visuais que em nada tiraram a essência da velha Falcon.
A Falcon voltou também por conta da fama anterior, mas os tempos já eram outros e a concorrência logo acordou para a lacuna existente no mercado.
Em seu retorno, a motocicleta aventureira passou por atualização por conta do Promot 3 e até por um recall de um item importantíssimo, a transmissão.
A Honda indicou que em algumas unidades existia a possibilidade de travamento da roda traseira, o que pode ocasionar a queda e gerar danos físicos (ou fatais) e materiais aos ocupantes.
Qual o último ano que saiu a Falcon 400?
Após 17 anos de produção ininterrupta em Manaus, assim como 14 anos de mercado, a Honda Falcon 400 se despediu do mercado em 2016 após 143.000 feitas e 120.000 vendidas aqui.
Ainda hoje, a Falcon é uma moto cultuada e lembrada por ser de alto risco de roubo, mas também por ser a moto que a própria polícia perseguia os ladrões de motos e da próxima 400 da Honda.
Versões no mercado
- Honda NX 4 Falcon 1999
- Honda NX 400i Falcon 2012
Equipamentos
Honda NX 4 Falcon 1999 – Motor de 400 cilindradas, câmbio de cinco marchas, farol halógeno com lanterna, carburador, piscas e lanterna com lâmpadas, suspensão traseira monoamortecida, mola da suspensão traseira com ajuste de carga e painel com conta-giros e nível de combustível.
Freios a disco ventilados de 256 mm na frente e 220 mm atrás, rodas raiadas aros 21 polegadas na frente e 17 polegadas atrás, pneus 90/90-21 na dianteira e 120/90-17 na traseira, partida elétrica, ignição eletrônica, tanque de 15 litros, silencioso cromado, entre outros.
Honda NX 400i Falcon 2012 – Itens acima, mais injeção eletrônica, ECU, catalisador, nova carenagem do farol, novas carenagens laterais, lanterna traseira renovada, painel digital, entre outros.
Preços
- Honda NX 4 Falcon 1999 – R$ 11.620
- Honda NX 400i Falcon 2013 – R$ 19.102
Preços da tabela Fipe de abril de 2024.
O motor de 397 cm³, com 30 cavalos
A Honda Falcon 400 tinha um propulsor antigo dos anos 90, que recebeu apenas injeção eletrônica, gerenciamento eletrônico da ECU e catalisador na atualização da moto, mas inicialmente tinha somente carburador.
Nessa fase, o motor monocilíndrico de quatro tempos com refrigeração a ar e 397 cm³, gozava de 30,6 cavalos a 6.500 rpm e 3,51 kgfm a 6.000 rpm, tendo ainda a clássica saída dupla de escape.
Tratava-se de um motor gerado a partir do propulsor da Sahara que, por sua vez, era oriundo da XLX 350R e da clássica XLX 250R.
Com bom torque em baixa, foi enfraquecido na Falcon e ainda mais na atualização de 2012, quando recebeu injeção eletrônica PGM-FI a gasolina, novo catalisador e gerenciamento eletrônico.
Nessa mudança, o motor de 400 cilindradas caiu para 28,6 cavalos e 3,27 kgfm, com as mesmas rotações, mantendo o câmbio de cinco marchas, porém, este apresentou problemas e precisou de um recall.
A relação final continuou a ser por coroa, corrente e pinhão, sendo a mesma desde a primeira versão de 1999.
Desempenho e consumo
A Falcon 400 tinha desempenho mediano inicialmente, com velocidade final de 145 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos.
Esse era um desempenho ainda inferior ao da versão com injeção eletrônica, mesmo tendo menos potência e torque, assim como carregava 6 kg a mais de peso.
No caso da NX 400i, a velocidade final era de 140 km/h, mas a aceleração era de 8,6 segundos até 100 km/h.
Já o consumo da Falcon NX4 era de 23 km/l de média, sendo 20 km/l na cidade e 26 km/l na estrada.
Quando a Falcon NX 400i chegou, sua média subiu para 28 km/l com média na cidade de 23 km/l e 33 km/l na estrada.
Com tanque de 15,3 litros, a Falcon 400 tinha autonomia de até 505 km, mas com a média, fazia 428 km.
Fotos
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