A Coreia do Sul resolveu agir para não perder espaço na corrida global pela liderança no mercado de carros elétricos.
Pela primeira vez na história, as duas maiores montadoras do país, Hyundai e Kia, se uniram oficialmente às três gigantes da indústria de baterias — LG Energy Solution, Samsung SDI e SK On — para formar uma aliança estratégica que pretende bater de frente com a força chinesa no setor.
O anúncio foi feito durante um evento no centro de pesquisa da Hyundai, em Namyang, com a presença de representantes das empresas e autoridades do governo sul-coreano.
O objetivo da aliança é claro: fortalecer a posição da Coreia do Sul frente ao avanço desenfreado da China, que hoje domina a produção e a inovação em baterias para veículos elétricos.
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Segundo Kim Dong-myung, CEO da LG Energy Solution e também presidente da recém-criada Korean Battery Industry Alliance, essa colaboração é uma resposta nacional ao desafio global.
Para ele, a disputa dos EVs ultrapassou o setor automotivo e se transformou em uma questão de soberania industrial. “Governo e empresas precisam atuar como um único time”, declarou Kim. “A LG Energy Solution vai até o fim para garantir a competitividade futura da Coreia.”
A nova aliança vai focar inicialmente em cinco áreas estratégicas: desenvolvimento de novas patentes de segurança, criação de passaportes digitais para baterias, melhorias no design e na fabricação dos componentes, além do avanço em tecnologias de combate a incêndios.
Cada empresa vai contribuir com suas competências específicas, combinando tecnologia, escala e know-how.
A movimentação ocorre em um momento delicado para a indústria coreana.
Dados da SNE Research mostram que, só no primeiro semestre de 2025, as chinesas CATL e BYD juntas responderam por mais de 55% das vendas globais de baterias para EVs — um crescimento em relação ao mesmo período de 2024.
Enquanto isso, a participação conjunta das coreanas LG, Samsung e SK caiu para 16,4%, uma retração de 5,4 pontos percentuais.
Hyundai e Kia, que já vinham apostando em projetos conjuntos para baratear o custo das baterias com tecnologias como o LFP (lítio-ferro-fosfato), agora buscam ampliar esse esforço.
A ideia é ter uma alternativa competitiva às populares baterias Blade da BYD, que dominam o mercado chinês com sua eficiência e baixo custo.
Mesmo com o avanço das marcas chinesas — como BYD, NIO, XPeng, Geely e Li Auto — a Coreia do Sul ainda é vista como uma potência tecnológica.
A nova aliança é uma tentativa de transformar esse potencial em vantagem competitiva e garantir que as empresas coreanas continuem relevantes na próxima década da mobilidade elétrica.
A pergunta que fica: será que essa coalizão será suficiente para frear o domínio chinês? O jogo está longe de acabar, mas o recado da Coreia do Sul foi claro — ela não vai assistir passivamente à ascensão de seus concorrentes.
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