Ilusão de economia? Estudo revela que carros chineses desvalorizam bem mais do que rivais japoneses e coreanos

mg hs (1)
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O avanço das montadoras chinesas em mercados emergentes tem chamado atenção pelo pacote agressivo de equipamentos e preços competitivos.

No Vietnã, por exemplo, marcas como MG, BAIC e outras já marcam presença significativa nas concessionárias.

Mas, conforme revela um novo estudo local, essa atratividade inicial pode se transformar em dor de cabeça na hora da revenda.

Levantamento realizado pela plataforma vietnamita OTO, e divulgado pelo portal VN Express International , mostra que modelos populares da MG, controlada pelo grupo chinês SAIC, sofrem uma desvalorização muito mais acentuada do que concorrentes japoneses e coreanos.

O caso mais emblemático é o do SUV MG HS, que perdeu 33% de seu valor em apenas dois anos. O sedã MG5 teve queda de 27%, enquanto o utilitário ZS, também da MG, recuou 24%.

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Para efeito de comparação, o Kia K3 — sedã sul-coreano que compete na mesma faixa — desvalorizou apenas 19%. O Hyundai Creta e o Tucson registraram perdas ainda menores, de 17%.

E, no topo da retenção de valor, estão os modelos da Toyota, que apresentaram depreciação entre 10% e 12% no mesmo período.

Ainda que a regra geral aponte para perdas maiores em carros de origem chinesa, o estudo revela exceções. O Beijing X7, da BAIC, por exemplo, surpreendeu positivamente ao perder apenas 12% do valor em dois anos.

Especialistas apontam dois fatores para esse desempenho atípico: oferta limitada do modelo no país e um conjunto tecnológico bastante atrativo para o mercado de seminovos.

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Apesar das melhoras visíveis nos últimos lançamentos — como acabamento superior, design mais moderno e pacotes recheados de tecnologia — os carros chineses ainda enfrentam resistência entre os consumidores vietnamitas.

E os números ajudam a explicar por quê: os altos índices de depreciação estão diretamente ligados à política agressiva de descontos promovida por essas marcas, o que faz os modelos zero quilômetro parecerem vantajosos, mas derruba brutalmente o valor de revenda.

Hoje, o mercado vietnamita conta com 13 marcas chinesas em operação, sendo que sete delas chegaram ao país apenas no ano passado.

Em 2024, foram vendidos cerca de 494 mil veículos no Vietnã, e ainda que não haja números oficiais sobre a fatia exata ocupada por montadoras da China, a presença delas é cada vez mais visível nas ruas e nos pátios das lojas.

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O desafio agora é conquistar a confiança do consumidor a longo prazo — algo que as marcas japonesas e coreanas levaram décadas para construir.

Até lá, o velho ditado segue atual: o barato pode, sim, sair caro.



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.