
Em meio ao cenário cada vez mais desafiador do setor automotivo nos Estados Unidos, uma empresa se destacou em 2024 como a verdadeira campeã das vendas de seminovos: a AutoNation.
Com sede em Fort Lauderdale, a gigante varejista de veículos vendeu impressionantes 265.908 carros usados no ano passado, distribuídos por suas 267 concessionárias em todo o país.
O resultado? Uma receita bruta de nada menos que US$ 7,07 bilhões apenas com veículos de segunda mão.
Apesar de ter sido superada em volume pela Lithia Motors, que conta com 459 lojas e em receita pela Penske Automotive Group, que faturou US$ 8,77 bilhões com seminovos (incluindo operações internacionais), a AutoNation manteve-se firme como a líder entre as redes que operam exclusivamente em território americano.
Essa conquista é reflexo de uma estratégia centrada em veículos usados — uma escolha que tem se mostrado certeira, especialmente com o mercado de carros novos enfrentando sérios obstáculos.

Com as tarifas de importação em alta ameaçando encarecer ainda mais os carros zero quilômetro, tudo indica que os seminovos continuarão a ser a tábua de salvação dos consumidores americanos.
E, ao que tudo aponta, 2025 será ainda mais promissor para quem souber aproveitar esse nicho.
Os números impressionam: em média, cada concessionária da AutoNation vendeu cerca de 996 carros usados no ano, com um valor médio de US$ 26.614 por unidade.
Considerando que a média nacional de preços para seminovos em 2024 foi de US$ 25.721, a empresa mostra que está posicionada entre os segmentos mais valorizados do mercado.
O volume total de vendas de usados nos EUA cresceu 4,3% em 2024 em relação ao ano anterior, totalizando cerca de 16,1 milhões de unidades.
No entanto, o mercado segue limitado pela oferta: concessionárias relatam que há cerca de 5% menos veículos disponíveis do que a demanda exige, situação que deve persistir nos próximos anos devido a problemas herdados da pandemia, como o desequilíbrio nas cadeias de suprimento e o aumento da inadimplência de financiamentos.
Com os preços dos carros novos já em elevação e o risco de novas restrições no fornecimento, há quem diga que os EUA podem passar por outra crise de carros usados, semelhante à vivida durante o auge da pandemia.
A recomendação para o consumidor é clara: prepare-se para manter seu carro atual por mais tempo, optar por modelos mais simples ou pagar mais caro por um seminovo.
A AutoNation, por sua vez, parece estar na direção certa — e bem posicionada para liderar a próxima fase do mercado, enquanto outros ainda tentam se adaptar.
Se conseguir manter o fluxo de estoque, deve surfar com folga a onda inflacionária que se aproxima no setor automotivo.

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