
O anúncio da Stellantis de que vai transferir a produção do Jeep Compass de Brampton, em Ontário, para Belvidere, no estado americano de Illinois, está causando reações fortes em Ottawa.
O governo canadense reagiu com veemência, classificando a decisão como uma violação direta de compromissos firmados anteriormente, e já ameaça a montadora com medidas legais.
Em uma carta enviada ao CEO da empresa, Antonio Filosa, a ministra da Indústria, Mélanie Joly, declarou que a mudança desrespeita os acordos firmados com os governos federal e provincial, especialmente aqueles ligados ao apoio financeiro recebido por meio do Fundo Estratégico de Inovação do Canadá.
Segundo ela, a Stellantis estaria em “inadimplência” por descumprir cláusulas que exigiam a manutenção da operação completa no país, incluindo a fábrica de Brampton.
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A ministra não poupou críticas à decisão e classificou a transferência da produção como “inaceitável”.
Além de exigir que a montadora apresente com urgência um novo plano industrial para manter a relevância da unidade de Brampton, Joly também cobrou o respeito aos contratos com fornecedores canadenses.
Além disso quer a extensão do programa de transição para os trabalhadores até, pelo menos, 2027 — conforme acordado com o sindicato Unifor.
O caso ganha contornos ainda mais delicados por envolver apoio público ao setor automotivo em um contexto geopolítico tenso.

A decisão da Stellantis acontece após os EUA, sob a presidência de Donald Trump, imporem tarifas sobre veículos e peças estrangeiras.
A medida parece ter motivado a empresa a relocalizar parte da produção para território americano, aproveitando incentivos e evitando os custos adicionais provocados pelas tarifas.
Para o governo do Canadá, no entanto, esse movimento empresarial fere diretamente os interesses nacionais e ameaça empregos locais.
Ao aceitar recursos públicos e assumir compromissos jurídicos, a Stellantis teria se comprometido não apenas com investimentos, mas com a permanência da operação em solo canadense.
A quebra dessa promessa poderá custar caro.
A ministra concluiu sua carta com um aviso claro: a Stellantis precisa agir rapidamente para mostrar que ainda valoriza sua presença no Canadá.
Caso contrário, o país poderá acionar instrumentos legais para reaver os benefícios concedidos e buscar compensações por danos à economia local.
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