Indústria automotiva da China enfrentará novas restrições nos Estados Unidos, com a presidência de Trump a partir de 2025

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A China indicou que buscará trabalhar com os Estados Unidos em uma base de respeito mútuo, ao mesmo tempo em que se prepara para possíveis tensões na relação com o país após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais.

Analistas acreditam que a volta de Trump pode desencadear uma rivalidade ainda mais acirrada entre as duas potências em áreas como comércio, tecnologia e segurança.

A política de Trump em relação à China tem sido marcada por tarifas elevadas sobre produtos chineses, incluindo veículos elétricos e outras mercadorias.

Durante uma coletiva de imprensa, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, reiterou o compromisso de Pequim com os princípios de “respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de ganhos mútuos” nas relações com os EUA, mesmo diante dos novos desafios.

Estratégias diplomáticas chinesas, no entanto, preveem um cenário de retórica intensa e tarifas potencialmente prejudiciais por parte de Trump, com expectativas de que sua política externa isolacionista possa abrir espaço para a China ampliar sua influência global.

Segundo Tong Zhao, pesquisador do Carnegie Endowment for International Peace, a liderança chinesa deve manter uma postura de cordialidade com Trump enquanto reforça sua projeção de poder.

A indústria automotiva, em particular, pode ser duramente impactada por possíveis restrições comerciais. Com a promessa de Trump de bloquear veículos chineses montados no México e em outros países, além de propor tarifas acima de 60% para importações chinesas, há o risco de uma escalada na guerra comercial.

O setor já sofre com tarifas elevadas, especialmente em veículos elétricos e peças automotivas, que encarecem o produto final para o consumidor americano e limitam as opções de mercado.

Para lidar com esse possível cenário, analistas sugerem que a China se concentrará em fortalecer sua autossuficiência econômica e tecnológica, ao mesmo tempo em que intensifica suas relações com países como Rússia, buscando minimizar a dependência das cadeias de suprimentos dos EUA.

Brian Wong, professor da Universidade de Hong Kong, destaca que a China pode elaborar uma lista de interesses e barganhas para negociar com Washington, tentando concentrar esforços nas suas prioridades econômicas internas enquanto o governo Trump se ocupa de outras frentes.

A política de Trump, caracterizada pelo nacionalismo econômico e pela oposição ao multilateralismo, pode criar um vácuo de poder no cenário global que Pequim espera preencher.

Caso Trump se retraia de compromissos e acordos internacionais, a China poderia reforçar alianças com o Sul Global, Europa e outros países asiáticos.

Recentemente, o presidente Xi Jinping e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi avançaram em uma aproximação diplomática, enquanto Pequim estendeu a mão ao novo governo japonês após anos de relações conturbadas.

Em relação a Taiwan, Trump demonstrou uma postura menos favorável em comparação ao governo Biden, que adotou uma abordagem mais firme, com a venda de armas e a presença de tropas americanas na ilha.

A incerteza em torno do apoio dos EUA a Taiwan em uma nova administração Trump deixa dúvidas sobre a estabilidade nas relações entre Washington e Pequim e o impacto potencial na indústria de semicondutores, vital para ambos os países.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.