
No universo dos supercarros, o atendimento ao cliente costuma ser tão exclusivo quanto os veículos em si, longe dos holofotes e sem alarde nas redes sociais.
Mas os tempos mudaram, e uma inusitada troca de mensagens entre a Bugatti e um influenciador de finanças nos Estados Unidos mostra como a internet está redefinindo essas relações.
O empresário Alex Gonzalez, conhecido como @fxalexg, publicou um ultimato à montadora exigindo a liberação de peças para seu Bugatti Chiron Pur Sport, comprado após um acidente.
Na postagem, ele desafiou diretamente a marca: “Bugatti, vocês têm 24 horas para retirar o bloqueio desse carro ou vamos imprimir todas as peças em 3D.”
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A provocação viralizou, mas o que ninguém esperava era que a própria liderança da empresa tomaria a frente da situação.

Em vez de ignorar a ameaça, como faria a maioria das fabricantes, o CEO da Bugatti, Mate Rimac, resolveu responder diretamente ao influenciador por mensagem privada.
Gonzalez havia adquirido o hipercarro sinistrado por meio do leilão da Copart, mesmo sabendo que a frente estava totalmente destruída, sem capô, com airbags acionados e danos estruturais aparentes.
Como medida de segurança, a Bugatti havia “blacklistado” o veículo, impedindo a venda de peças originais e tentando evitar uma reconstrução perigosa.
Mas Gonzalez, determinado a restaurar o modelo de R$ 12 milhões, queria seguir com o projeto custe o que custar.
Foi aí que o próprio Rimac entrou em cena com um recado direto: “Fala, cara. CEO da Bugatti aqui.”

Na mensagem, o executivo explicou que a proposta de impressão 3D era inviável para um carro como o Chiron, tanto por razões técnicas quanto de segurança.
Ele destacou que componentes como o câmbio e a estrutura monocoque de fibra de carbono são extremamente complexos e impossíveis de replicar com precisão via impressão.
“A caixa de câmbio e a estrutura provavelmente estão danificadas — e isso você não imprime em 3D, assim como faróis e painéis”, escreveu Rimac.
Apesar da resposta técnica, o CEO não fechou as portas para o projeto de Gonzalez e se mostrou aberto a colaborar.
“Nós queremos te ajudar a fazer isso da forma mais econômica possível”, disse, sinalizando que, caso o monocoque e o câmbio estejam intactos, a restauração pode sair bem mais barata do que se imagina.
O tom amistoso e direto da conversa surpreendeu seguidores e entusiastas, que acompanharam o desenrolar da história nas redes sociais.
Embora o restante da mensagem não tenha sido divulgado, Gonzalez confirmou que o contato foi positivo e que a Bugatti já removeu o bloqueio do carro.
A conversa entre os dois deve seguir por telefone, e agora o plano é reconstruir o hipercarro com a bênção — e supervisão — da própria fabricante.
Em um mundo onde marcas desse calibre evitam exposição pública, a decisão da Bugatti de dialogar abertamente com um influenciador marca um novo capítulo nas relações com seus clientes mais barulhentos — e conectados.
Se o Chiron voltará às ruas ainda é incerto, mas ao menos agora há uma chance legítima de que isso aconteça de forma segura e reconhecida pela própria montadora.
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