Internet se junta para dar R$ 10 milhões a idoso de 88 anos que ainda trabalha depois que a GM tirou dele sua pensão

A comoção causada por um vídeo no TikTok revelou uma realidade dura demais para ser ignorada: um idoso que deu a vida ao trabalho, à família e ao país, foi deixado à própria sorte nos últimos anos.

Ed Bambas tem 88 anos, é veterano de guerra e trabalhou por quatro décadas na General Motors, até se aposentar em 1999.

Mesmo após se aposentar, viu sua estabilidade ruir quando a GM entrou em colapso financeiro em 2009 e cortou benefícios de milhares de funcionários não sindicalizados.

Além de perder a maior parte da pensão, Ed também ficou sem plano de saúde, justo no momento em que sua esposa enfrentava um câncer devastador.

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Ele cuidou dela até o fim, mas os custos arrasaram o que restava de sua vida financeira.

Sete anos após sua companheira o deixar, que ele aliás visita todos os dias no cemitério, Ed ainda precisa trabalhar 40 horas por semana como caixa em um supermercado Meijer, em Michigan.

Sua história veio à tona após o influenciador australiano Samuel Weidenhofer receber uma dica de seguidor e decidir conhecer Ed pessoalmente.

Weidenhofer é conhecido por ajudar pessoas em situações difíceis e compartilhar esses encontros em vídeos que viralizam nas redes.

Dessa vez, ao se deparar com Ed, não apenas se emocionou, como também mobilizou milhões de pessoas.

Uma vaquinha online criada para permitir que Ed finalmente se aposentasse ultrapassou R$ 10 milhões (US$ 1,9 milhão), bem acima da meta inicial de R$ 5,4 milhões.

Embora o gesto coletivo seja comovente, a história levanta questionamentos profundos sobre o sistema previdenciário e de saúde dos EUA.

A falência da GM em 2009 permitiu à montadora cortar bilhões em obrigações com aposentados e planos de saúde — principalmente os não sindicalizados, como Ed.

Empregados de subsidiárias como a Delphi foram ainda mais prejudicados, com cortes retroativos de benefícios decididos por tribunais anos depois.

Enquanto a GM voltou à saúde financeira com ajuda do governo, muitos ex-funcionários ficaram sem apoio, ignorados por um sistema que prometia segurança.

A trajetória de Ed expõe o quão frágil é o chamado “contrato social” para milhões de trabalhadores americanos.

Fazer tudo certo — servir ao país, construir uma carreira estável, formar uma família — não garante mais tranquilidade na velhice.

Na ausência de políticas públicas sólidas, muitos acabam dependendo de caridade online para sobreviver.

O caso de Ed é uma exceção que virou manchete, mas há milhares de histórias semelhantes que não ganham likes nem arrecadações milionárias.